Meu pai era um artista. Sanfoneiro de rara habilidade. Também gostava de beber e fumar, mas se preocupava bastante com a família, por isso morreu cedo, as 53, já faz 5 anos. E foi no mês de agosto, assim como Raul e Luiz Gonzaga.
Deixou saudades. Ontem fui na festa de aniversário de sua neta Cristina, filha da caçula Fernanda (que agora está grávida do 7º neto) e minhas irmãs, ela, Luciana e Alessandra, lembraram do velho Antônio que não está mais presente. O Pantera, como diziam seus colegas músicos, ou Tonhão, como o chamavam (por ser bem alto) nos muitos locais onde trabalhou: foi marceneiro, serralheiro, metalúrgico, pintor de prédios, operário em fabrica de telefones, etc, etc... Quando morreu estava desempregado. Sempre foi artista. Sanfoneiro.
Quem não gostava era minha mãe, que brigou muito com ele.
Mas ele sempre foi pai.
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Vou contar uma lembrança minha. Às vezes ele me levava com ele em seus shows musicais, principalmente me lembro da banda "Os Magnatas" do Gilberto. Mas ele também me levava para ajudá-lo no trabalho em alguns finais de semana. Seja como ajudante de pedreiro, seja como ajudante para lixar peças de metal na metalúrgica Ferrari onde trabalhou. Numa destas vezes um de seus colegas falou algo tipo: "Este quando crescer vai ficar no lugar do Tonhão"
Ao que meu pai disse: "Esse não vai ser orelha seca. Ele vai estudar e ser gerente".
De fato nunca quis ser gerente. Mas segui o conselho de meu pai e continuo estudando. Hoje sou professor. O primeiro de minha família (que não é pequena...) e espero não ser o último, pois muito me honra esta profissão.
Feliz dia dos pais.
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