27 de outubro de 2006

O Povo contra Larry Flynt


Comprei no centro de sampa dois VHS usados, a R$2 cada. "Inspetor Bugiganga" e "O Povo Contra Larry Flynt". Já assisti o segundo e gostei: é impressionante e revela muito sobre a mentalidade americana, que, dizem, defende a liberdade acima de tudo. Um outro filme, mais recente, trata de assunto semelhante, "Os Estados Unidos contra John Lennon".

Dia do Saci e seus Amigos


Está chegando o legítimo "Halloween" brasileiro, o dia do Saci e seus amigos do folclore. Será dia 31 de outubro. Saiba mais vendo o saite da "Sociedade de Observadores de Sacis": http://www.sosaci.org/ Nesta data tb será lançada uma revista sobre o tema: Escola de Sacis: novo livro tem ilustrações de Bira Dantas
notícia em: http://www.universohq.com/quadrinhos/2006/n26102006_07.cfm

Propaganda Portuguesa Contra o Preconceito

Recebi via e-mail da professora Cida este pequeno video, uma propaganda portuguesa contra o preconceito. Vale a consulta:

http://ekalafabio.multiply.com/video/item/5

23 de outubro de 2006

Legislação Social

Uma pequena pesquisa que fiz sobre temas que serão pedidos no concurso para agente social de Guarulhos:

I – O Estatuto da Criança e do Adolescente
. Histórico, implantação e avaliação. Política de atendimento, entidades de atendimento, medidas de proteção, medidas socioeducativas, direitos individuais. A prática do ato infracional.
http://www.direito.adv.br/leis/8069fr.zip

veja a história do ECA em:
http://www.risolidaria.org.br/vivalei/ent_eca/index.jsp

ver mais legislação no link: http://www.direito.adv.br/legisla.htm

II – Os Conselhos Tutelares.
ver Resumo em: http://www.condeca.sp.gov.br/tutel.asp

III – Direitos da criança: educar ou punir?
alguns textos para reflexão: http://diplo.uol.com.br/2002-06,a343

IV – A relação educador/educando
Esse é um tema da pedagogia que estudei muito na licenciatura. Muitos textos poderiam ser consultados na área de pedagogia e psicologia. Sugiro ler sobre Paulo Freire (atualmente estou lendo seu clássico "Pedagogia do Oprimido")

http://www.paulofreire.ufpb.br/paulofreire/principal.jsp

este texto é sobre artes marciais, mas tem tudo a ver com a arte de aprender:
http://www.aikikai.org.br/art_ensinaprof.html

este é um artigo para download: "O estilo motivacional do professor..."
www.scielo.br/pdf/prc/v17n2/22466.pdf


V – A família e sua importância no trabalho com crianças e adolescentes


http://www.pedagogia.pro.br/socorro_educar_filho.htm



VI- O Estatuto do Idoso
www.senado.gov.br/web/relatorios/destaques/2003057rf.pdf

http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/leis/2003/L10.741.htm

Com o tempo colocarei mais links com este tema no blog.

22 de outubro de 2006

Colóquio Anarquista


Neste sábado, após a festinha na escola, faltei ao curso sobre inclusão e fui ao colóquio anarquista na ong Ação Educativa. Cheguei ao debate às 12:40, havia cerca de 60 pessoas, alguns entrando-saindo (sorte que as portas ficam no fundo do auditório), quatro palestrantes na mesa.

O assunto principal no momento pareceu ser o sistema prisional. Um dos militantes tentou puxar o assunto para a formação de assembéias populares e tratar o crime como excessão (até porque em sua maioria tende a ser contra o patrimônio) a ser discutido quando ocorrer o problema.

Um militante faz depoimento dizendo que teve um irmão preso e o acha muito menos perigoso do que a sociedade que o condenou. Diz que maioria dos presos são brancos, porque a polícia mata um terço dos suspeitos negros. - Foi aplaudido.

Um militante questiona como inserir a luta libertária = dentro ou fora dos movimentos burocratizados como sindicatos, escolas, partidos, mst ou mesmo o movimento negro, etc...

Palestrante Zé Luis acha que a prisão é um centro de saberes e práticas criminosas, uma escola da delinquência.

"Não deve existir nenhum intelectual que diga o que fazer. Perguntemos a eles, aprisionados, o que fazer para diminuir a delinquência"

Resumo de sua fala:
- Dar voz aos excluídos
- Não construir mais prisões ou manicômios
- Não fazer prognósticos
- Olhar realidade para fazer diagnósticos

Outro palestrante observa que há várias opções no lugar da polícia:
- iluminar e pavimentar regiões vazias
- aumentar segurança
- criar espaços de lazer

--
Dicotomia dos libertários: ser aparelhamento de instituições
ou Influência / Persuadir pessoas do ideário libertário.

Palestrantes acham que é legítimo persuadir, este não é um ato autoritário, e evita a ambiguidade de participar passivamente das instituições.

Dúvida: Pensar como disseminar aquilo em que acreditamos.

Teatro Zumbi Gracioso




Foi pouca gente na feira cultural da escola, e alguns de nossos atores faltaram, mesmo assim apresentamos a peça "Zumbi Gracioso". Saiu um pouco bagunçado, pois precisei representar o Ganga Zumba (quando na verdade deveria ter ficado na direção), mas acho que valeu. Reproduzo aqui o texto que usamos na peça, escrito por Bruno e Diana:

TEXTO DO BRUNO

Primeira parte

Feitor_ O escravo está no tronco esperando a decisão do barão e se deixar o escravo que está no troco sem castigo os outros escravos vão acreditar na história que ele está contando e vai querer fugir.

Barão_Está bem Bruno. Deite 20 chibatadas.

Feitor_Me disculpe, Barão, mas 20 chibatadas não vai nem fazer riscos nas costas dele!

Barão_Está bem! deite-lhe 50 chibatadas.

Narrador_Logo depois o feitor foi dar as 50 chibatadas, enquanto isso a baronesa estava falando com o barão. Começa um toque de música.

Baronesa_Mas já vai começar com essa cantoria!a.

Barão_Se voce não gosta deste barulho tampe os ouvidos com algodão, Candida.

Seguna parte
Narrador_No dia seguinte 3 escravos fugiram e um foi pego,o barão foi eté a senzala e perguntou para o escravo:

Barão_cadê os outros dois?

Narrador_O escravo não responde e o barão fica irritado, pega o chicote começa a bater no escravo. Acaba furando o olho do escravo.
Terceira parte






ROTEIRO DA DIANA:

1ª Cena: O senhor sentado vendo o algodão sendo colhido pelos escravos. (música do Jorge bem Jor)

2ª Cena: Feitor prende um escravo fujão. Pede a ordem do senhor para castiga-lo com chicotadas. Tem a ordem e vai ao tronco onde prende o escravo e lhe dá 50 chicotadas. (ver 'Primeira Parte” do Bruno, acima)

3ª Cena: No quilombo Zumbi planeja com os irmãos a invasão da fazenda e libertação dos escravos. Ganga Zumba não concorda e quer aceitar acordo de paz com Portugal. Por isso os dois começam a brigar. Depois disso, Ganga Zumba morre misteriosamente.

4ª Cena: Os negros estão nas senzalas na roda de capoeira, que é a única diversão deles, o momento de alegria e lembranças; (tocar músicas de capoeira); Chega Zumbi e os irmãos do quilombo para libertá-los. O senhor descobre e manda o feitor ir atrás deles, mas eles conseguem fugir em segurança.

5ª Cena: Eles chegam ao quilombo pela manhã. Com muita alegria são recebidos e festejam a liberdade com parentes, amigos e é claro com Zumbi.
PERSONAGENS:
Dandara: Diana
Senhor: Bruno
Baronesa: Marriete
Feitor:
Capitão do Mato: Tamara
Escravo Fujão: Davidson
Zumbi: Welverson
Tio (Ganga Zumba): Vicente
Irmãos do Quilombo: Leonardo, Eric, Tamara

Contra-regra:
Convidados: Guerreiros do Brasil, Universo Capoeira

Diálogo no Quilombo.

Um irmão do quilombo entrega uma carta para o Rei Ganga Zumba:

“Senhor Ganga Zumba. O Rei de Portugal te propõe um acordo de paz com o quilombo de Palmares. Todos os nascidos no quilombo ficarão livres, os outros não.”

Ganga Zumba lê a carta.

Logo chega seu sobrinho Zumbi – Tio Ganga Zumba, vamos invadir a fazenda e libertar nossos irmãos.

Ganga – Isso não é possível. Estamos negociando a paz com Portugal.

Zumbi – Que paz que nada. Precisamos soltar nossos irmãos.

Ganga – Uma guerra só vai trazer dor.

Zumbi – Não é justo que fiquemos em paz enquanto tantos padecem escravidão.

Ganga – Também não é justo que tantos morram pelo bem de outros. Precisamos de paz.

Zumbi – A paz não traz igualdade. Esta paz é injusto, pois é para poucos. Precisamos de guerra.

Partidários de Zumbi e de Ganga Zumba se dividem, gritando de um lado “Paz” e de outro “Guerra”.

Chega Dandara, esposa de Zumbi.

Dandara – Que é isso Zumbi! Como briga com seu tio?

Zumbi – Ganga Zumba pensa com a razão, mas erra. A liberdade tem que ser para todos.

Ganga Zumba – Dandara, explique para seu marido que a guerra irá destruir Palmares. O melhor caminho é do negociação. A paz é sempre o melhor caminho.

Dandara – Zumbi, não brigue com seu tio. Vamos reunir um conselho e discutir este assunto. Vivemos para a felicidade e não para a dor. Se for possível, lutaremos também por nossos irmãos que estão escravizados, mas precisamos lutar juntos. Desunidos seremos fracos. Vamos! Façam as pazes.

Cena da Morte: Uma irmã do quilombo leva uma bebida para Ganga Zumba, que cai morto misteriosamente.


cena enterro de Ganga Zumba e coroação de Zumbi – Ganga Zumba está morto. Longa vida a Zumbi, nosso Rei










cena Ataque à fazenda, para libertar escravos. Feitor avisa o senhor:

Feitor – Chefe, tenho péssimas notícias. A fazenda está sendo invadida pelos negros quilombolas. (sai correndo com uma arma).

Senhor está preocupado. Baronesa chega assustada.

Baronesa – O que está acontecendo.

Senhor – Prepare-se. Fomos invadidos pelo capitão Zumbi.







cena final – Festa em Palmares.

– Cantos, dança e capoeira.

Narrador conta história de Palmares no alto-falante (deixar música afro baixo no fundo, depois aumentar o volume)

Narrador – O quilombo de Palmares resistiu durante quase dois séculos, tendo sido destruído apenas em 1710, após ataques do capitão do mato Domingos Jorge Velho. Zumbi morreu, mas seu sonho de justiça e liberdade continua vivo nos corações de todos os brasileiros.


SUGESTÃO DE TÍTULO PARA A PEÇA: “ZUMBI GRACIOSO”

20 de outubro de 2006

Mais sobre o Laptop de 100 dolares


Saiu boa matéria no Estadão sobre o OLPC

http://www.estadao.com.br/tecnologia/informatica/noticias/2006/out/20/107.ht
m

copio imagem da notícia.


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Recebi uma boa dica do colega Carlos. Sábado dia 21/10 e domingo 22/10 está acontecendo um evento libertário na ong "Ação Educativa" - rua general jardim, 660. Até Silvio Gallo participa!
Veja mais informações em:

http://www.editorafaisca.net/coloquio.htm

16 de outubro de 2006

Campanha bonita e importante


Veja mais em: http://www.legendanacional.com.br/

15 de outubro de 2006

Na minha escola todo mundo é igual


Excelente livro de Rossana Ramos e Priscila Sanson, foi indicado na recente revista especial sobre Inclusão da Nova Escola. Comprei este livro junto com o Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire.

Todas estas obras citadas falam, cada uma da sua maneira, sobre inclusão.

Veja trecho do livro de Rossana e Priscila:

"Na minha escola se aprende
Que não existe perfeição
E o que todos nós precisamos
É de carinho e atenção

Que bom se todo mundo
Pudesse entender direito
Que tudo fica mais fácil
Sem o tal do preconceito"

13 de outubro de 2006

O Homem dos olhos de Raio-X


“A cidade. Como antes de nascer, subindo para o céu como um dedo de metal. Membro sem carne. Viga sem pedras. Anúncios pendurados sem apoio. Fios esticados e balançando sem postes. Uma cidade não nascida. Carne dissolvida num ácido de luz. Uma cidade de mortos” - dala do filme O HOMEM DOS OLHOS DE RAIO-X (1963) de Roger Corman .

Ando fissurado na música de Lenine, que foi inspirada neste filme:

"Quando você piscou por mim o aroma
Me despertou de um estado de coma
Quando você partiu pra mim o embaraço
Deu ferrugem nos meus nervos de aço

Meus olhos de raio x cegaram de medo, é...
Pois tua alma é de chumbo e segredo

Quando você ciscou por mim, indecisa
Eu fui a razão do riso da Monalisa
Quando você sorriu pra mim um beijo
Na hora "H" foi como detonar a bomba do meu desejo

Meus olhos de raio x cegaram de medo, é...
Pois tua alma é de chumbo e segredo
Meus olhos,Meus olhos,Meus olhos...
Meus olhos de raio x..."

http://lenine.letras.terra.com.br/letras/122969/


imagem retirada de: http://www.tiras.blogger.com.br/2006_10_08_archive.html#39090514

Renato Russo - saudoso desde 11 de outubro de 1996.
Veja arquivos da Legião Urbana em: http://www.urbanawebsite.com.br/legiao/

Dia 12 = Dia da padroeira Nossa Senhora e Dia das Crianças

Logo, logo = Dia 15 = Dia dos professores

Crianças e professores

Com esta parceria o Brasil vai progredir!



Relembro um texto que escrevi no dia dos professores de 2004:

"Existe uma pessoa
que é um SIM para o mundo
Sua mera existência
É uma motivação para aqueles
que querem ver o futuro, acham que
Vale a pena lutar pelo futuro.
E ainda é tão jovem...
Melhor nem prever o que virá!"


veja a história do dia dos professores em:
http://educaterra.terra.com.br/educacao/especiais/professores_1.htm

9 de outubro de 2006

Laptop de 100 dolares na Galileu

De novo a Revista Galileu dá destaque para o projeto "Um laptop por criança" de Negroponte. Veja a edição 183 deste mês de outubro:

http://edglobo.globo.com/delivery/paginas/AR_Centraliza.asp?Tipo=AA&Prod=GC&Pagina=ECT1295962-1719

ou Veja os scans que coloquei em meu antigo blog: htt://urfabio.blogger.com.br na mesma data deste post

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Merece destaque o fato de, apesar do laptop usar Linux, a matéria aproveitar para citar as preocupações de Bill Gates com a educação!!! - As sugestões feitas pelo empresário de maior sucesso do mundo são as mesmas já conhecidas: escolas menores, turmas com menos alunos, investimento na qualidade acadêmica (o que, é óbvio, inclui salário) do professor, incentivar esportes e artes....



8 de outubro de 2006

Linux na Globo


Ando desgostando da chatice do Jo Soares e raramente assisto TV Globo, mas este momento merece atenção: o software livre ganhando destaque na tv mais comercial e elite do Brasil. Assistam!
JO SOARES - 06 DE OUTUBRO DE 2006 - SOFTWARE LIVRE - LINUX
















Aproveitem a deixa e assistam também a bela propaganda da IBM para o Linux:

6 de outubro de 2006

Quem somos nós?



Baixei pelo e-mule o filme Quem somos nós - What The Bleep do we Know?,( 2005): que conta um dia de "viagem interior" de Amanda, uma fotógrafa com deficiência auditiva, paralelo a entrevistas incomuns com cientistas, psicólogos, teologos... Este filme foi recomendado pela revista Galileu n173 (a que tem Jesus na capa) e em vários momentos lembra a esquisofrenia de SHINE-Uma mente brilhante ou SPIDER, (a grande diferença é que Amanda é pessoa normal!). Lembra também as pesquisas sobre multi-realidade de MATRIX e as discussões sobre "o que é alma" de GHOST IN THE SHELL.

Agora estou tendo problemas para achar uma legenda adequada (as duas que achei aparecem incompletas em alguns players), já que não entendo inglês.


Já achei uma excelente resenha (com trechos doa legenda do filme) em:
http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2005/09/quem_somos_nos.html

e

http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2005/09/quem_somos_nos_1.html

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Gostei muito do filme, mas acho justo documentar as críticas negativas - que me pareceram relevantes. O texto é do Luiz da comunidade orkut Carl G. Jung Brasil

"Num certo sentido,o filme apresenta algumas boas idéias a respeito das somatizações,como na seqüência em que há uma animação no casamento para exemplificar.
Por outro, nivela muito por baixo a chamada física quântica que virou palavrinha mágica para dar ares de seriedade a qualquer conversa supostamente científica.Apresenta certos cientistas bastante polêmicos como Goswami que é um grande entusiasta do uso de drogas alucinógenas como forma de se promover uma suposta "abertura e amplitude de consciência" e que em seus escritos faz uma bela salada de conceitos da religião oriental, psicologia analítica, física, etc...relativismo puro,impostura intelctual.
Outra coisa que chama a atenção é a entrevista com uma esotérica americana (Ramtha)que está supstamente tomada pelo espírito que ela "canaliza".Essa senhora "promove" nos EUA workshops que prometem resover a vida do cliente em 8 dias.Pura invencionice da auto-ajuda,ela tem nas costas inúmeros processos acusada de charlatanismo.Ela tem site na internet,basta visita-lo
http://www.ramtha.com
e verificar em outro site os processos pelos quais ela responde.
http://religiousmovements.lib.virginia.edu/nrms/Ramtha.html
É bem verdade que a justiça norte-americana não a considera um perigo.Mas pra quem gosta desses tais gurus canalizadores que deturpam conceitos da física,das neurociências e da psicologia analítica ela é uma boa pedida.Interessante ela ainda não ser famosa por aqui pra concorrer com o Gasparetto.
Um outro cientista entrevistado(Jeffrey Satinover),que se diz músico,físico e analista junguiano(!!!) apresenta em seu site particular
http://www.satinover.com
que promove curas de comportamento homossexual.
Isso para citar tres exemplos de "autoridades"que são entrevistas nesse"paradigmático filme". Perdeu-se a oportunidade de filmar algo sério.Nessa linha,outro filme "concorrente" "Ponto de Mutação" não se sai tão mal e é menos apelativo."

Leia mais sobre "Ponto de Mutação" (que já estou procurando na rede) em:
http://www.rabisco.com.br/19/pontomutacao.htm

4 de outubro de 2006

Culinária Africana

Uma professora perguntou-me pelo tema. Fiz uma pesquisa rápida por conta:

O cuscuz original

Variedades é o que não faltam para o cuzcuz. A razão é simples: cada região foi adaptando a receita original com os ingredientes disponíveis.

Mas o que é o cuzcuz original? O cuscuz, kuz-kuz,alcuzcuz, é prato original dos mouros na África Setentrional, do Egito a Marrocos. É quase certo que foram os berberes (povos mulçumanos do norte da África) que criaram esse prato e difundiram seu consumo pelo restante do continente africano.

No início era feito com arroz, farinha de trigo e só passou a ser elaborado com milho a partir do século XVI quando o seu consumo deixou de ser exclusivo na África e espalhou-se pelo mundo.

A utilização do milho para o preparo do cuscuz iniciou-se na América e a adição de leite de coco no Brasil, pois não há registros dessa utilização em nenhuma região africana.

A chegada do cuscuz no Brasil

O cuscuz foi introduzido na culinária brasileira pelos portugueses que por sua vez o conheceram com os berberes. É certo então que portugueses e africanos vieram para o Brasil já conhecendo o cuscuz, mas foi aqui que ele se fez de milho e banhou-se no leite de coco. Seguindo a tradição inovadora da culinária brasileira conheça uma receita de cuscuz de milho adaptada com Azeite de Oliva Espanhol. O resultado é mais saboroso e saudável.

O cuscuz de milho é uma receita típica do Nordeste brasileiro elaborado da seguinte forma: coloque um coco picado e 1/2 copo de água no copo do liquidificador. Bata até obter uma mistura homogênea. Coe o bagaço, apertando bem para tirar o máximo de leite de coco possível. Reserve. Pegue outro coco e bata com a mesma quantidade de água. Despeje em uma tigela e misture 3 colheres (sopa) de azeite de oliva espanhol, 1/2 kg de fubá de milho, 1/2 xícara (chá) de farinha de guerra, 4 colheres (sopa) de açúcar, 1/2 coco ralado e sal a gosto. Misture com as pontas dos dedos e arrume a massa na cuscuzeira. Leve ao fogo por 10 minutos. Em seguida, retiere do fogo, desenforme e sirva regado com o leite de coco. Adoce com açúcar a gosto.

Há também no Nordeste brasileiro o chamado Cuscuz de Carimã que quando preparado com azeite de oliva espanhol fica uma delícia. Para fazê-lo: coloque em uma tigela um quilo de carimã seca, 3 colheres (sopa) de azeite de oliva espanhol , sal a gosto, 2 colheres (sopa) de açúcar e 1/2 xícara (chá) de leite de coco. Esfregue a mistura na plama da mão até desmanchar os bolinhos da carimã. Arrume a massa na cuscuzeira, leve ao fogo por 8 minutos. Retire do fogo, desenforme e regue com leite de coco adoçado à gosto.

O cuscuz não é um prato exclusivo do nordeste e sudeste. A região norte também tem o seu: trata-se do Cuscuz do Norte . Conheça a receita: ferve-se 1/2 litro de leite com 1 colher (sopa) de sementes de erva-doce e açúcar a gosto. Retire do fogo, coe e misture imediatamente com 1/2 coco ralado e um prato de tapioca. Deixe descansar por 30 minutos. Em seguida, arrume a massa na cuscuzeira e leve ao fogo até ficar cozido. Desenforme o cuscuz, fure-o com um garfo e regue com o leite obtido de 1/2 coco.

http://www.azeite.com.br/article.php?recid=57

Para mais informações sobre culinária africana ver também:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Culinária_africana

Censura USA 2006

Você se considera bem informado? Lê jornal? Assiste Tv?

Bem... saiba que nossa mídia não é muito confiável. Por isso tento compensar conversando com os que sabem mais do que eu, dando atenção para e-mails de colegas antenados e acessando alguns saites alternativos. No CMI apareceu a seguinte noticia: As 25 histórias mais ocultadas nos USA em 2006 . Veja no linque: http://midiaindependente.org/pt/blue/2006/09/361125.shtml

Algumas das notícias censuradas:
"Temas "top" 2007

Estes são os temas "top" do informe 2007, que podem ser lidos (em inglês) na página web do Projeto: http://www.projectcensored.org/, cujas traduções ao castelhano se publicarão na
Argenpress:

-1. O futuro de Internet, um debate Ignorado pelos grandes meios: Companhias de cabo como AT&T, Comcast, e Verizon estão apoderando-se da Internet através de leis, e sentenças judiciais para que perca seu caráter democrático, e oferecer, em troca, um duplo serviço, um caro e rápido à classe média de ricos, e outro de segunda classe para os pobres, mas com intervenção corporativa nos conteúdos.

-2. Halliburton vendeu tecnologia nuclear ao Irán: o jornalista Jason Leopold, de Global Research.Ca, denunciou em agosto de 2005, que a companhia, dirigida pelo vicepresidente Dick Cheney vendeu os componentes mais importantes para um reator nuclear ao seu colega Oriental Oil Kish, uma das maiores corporações iraníes de desenvolvimento petroleiro.

-3. Os oceanos do mundo estão em extremo perigo: Os estragos locais são agora pandêmicos: os oceanos estão mudando de maneira calamitosa, segundo dados da oceanografia, biologia marinha, meteorologia, ciência da pesca, e
glaciologia.

-4. Aumentam a fome, e o desamparo nos USA: Continuou crescendo em 2005 a quantidade de pessoas famintas, e sem lar, nas cidades norteamericanas, a despeito da proclamada melhora da economia, segundo o relatório anual da
Conferencia de Prefeitos de EEUU.

-5. Genocidio 'High-Tech' no Congo: Até sete milhões de pessoas têm morrido no Congo desde 1996, segundo o Coordenador da ONU para Alívio de Emergências, como consequência das invasões e guerras patrocinadas pelas corporações, que desejam controlar sua riqueza mineral, em particular os metais coltan, e nióbio, utilizados na produção de telefones celulares, e na
eletrônica de alta tecnologia, ademais do cobalto, essencial para as indústrias nuclear, química, aerospacial, e de armas, sem deixar de lado os
tradicionais diamantes, estanho, cobre, e ouro.

(...)
19. A destruição da Floresta Amazônica é pior, e para sempre: Os novos desenvolvimentos da tecnologia de imagem de satélite revelam que a reflorestação da Amazonia mascara uma destruição duas vezes mais rápida, segundo Gregory Asner, científico de Carnegie, autor de estudos, e profesor asistente de geologia, e ciências ambientais da Universidade de
Stanford.

-20. Água em garrafa - Um problema ambiental global: Os consumidores esbanjam coletivamente 100 bilhões de dólares ao ano em água de garrafa de qualidade duvidosa (em 2004 um 57% mais que em 1999), cujo engarrafamento gera lixo, consume energia, e também não resolve os problemas de um bilhão e cem milhões de pessoas que necesitam de um suprimento seguro de água.

etc...etc.... "

O Brasil não está muito atrás em termos de censura. O curioso que a censura ocorre de maneira "encoberta" - Ou seja, a notícia chega a ser divulgada, mas sem destaque e sem permitir comentários / desmentidos /reflexões, apagada no meio do excesso de mídia que somos obrigados a engolir. Sugiro ler as outras noticias do CMI Brasil e leia a seguinte notícia que li esta semana no saite do Estadão: "Urna eletrônica é segura? - "A falta de segurança da urna eletrônica não é apenas hipotética. É só que o TSE e a maioria dos políticos, como os banqueiros, preferem não divulgar as falhas aos gritos" de Pedro Doria
http://www.link.estadao.com.br/index.cfm?id_conteudo=8867

Hoje é dia de São Francisco de Assis

(1182- 1226)

Também é dia da Ecologia

Em sua homenagem, vamos lembrar a famosa Oração de São Francisco (que já publiquei neste blog ou no anterior), também chamada

ORAÇÃO DA PAZ -
Senhor! Fazei de mim um instrumento da vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, fazei que eu procure mais:
consolar, que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
É perdoando que se é perdoado.
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
Link

http://www.comamor.com.br/francisco.htm
mais info: http://www.angelfire.com/ar2/jcarthur/sfco.htm

http://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_de_Assis

Ao contrário do que muitos dizem (inclusive os saites citados acima), esta oração não foi escrita por São Francisco, mas considero a melhor expressão sobre o ideal de sua vida. Lembro-a quase todos os dias (mas não rezo, já que sou agnóstico).

1 de outubro de 2006

Pesquisa sobre Inclusão

SOBRE DEFICIÊNCIA MENTAL – 30 de setembro de 2006


A inteligência é algo natural na espécie humana. Uma herança. Alguns estudiosos acham que 400 mil anos atrás, nem sequer existia seres humanos iguais a nós, mas nossos ancestrais já eram potencialmente inteligentes. Ou seja, poderiam ter feito tudo o que fazemos hoje .

Mas para ser inteligente não basta nascer humano. A inteligência precisa ser cultivada pelo convívio com outras pessoas inteligentes e que saibam algo diferente de nós mesmos. Precisa de ferramentas conceituais, como as linguagens, para se manifestar. Precisa do diálogo.

Inteligência é comunicar, entender, usar, lembrar, imaginar, criar, transformar... O psicólogo Howard Gardner imaginou que existiriam sete tipos diferentes de inteligência, mas todas se resumem a entendimento e criação.

E aqueles que parecem não ser capazes disto são marcados com um estigma: A deficiência mental.

Há duas maneiras de se encarar a deficiência mental. Concordar que é um limite, e portando nenhum esforço externo poderia avançar o entendimento do deficiente mental;ou pensar que é apenas uma dificuldade – Ou seja, o deficiente não será tão rápido e eficiente quanto o chamado “normal”, mas pode evoluir de maneira contínua e não delimitada, tal como qualquer ser humano. Porque a inteligência é uma herança humana e o deficiente, por maior que seja seu problema, não possui um limite pré- estabelecido.

Beyer (2005), a partir dos estudos de Bleidick, lembra o quanto a deficiência é muito mais uma barreira social do que física ou mental: “A deficiência não é um determinado estado médico e também não é um produto obrigatório das instituições, mas muito mais um processo de atribuição de expectativas sociais. Ela está ligada às normas, preconceitos e valores presentes na interação entre os que definem e os que são definidos e é linguística e simbolicamente mediada. O deficiente desvia-se das normas da sociedade, porque ele é o 'outro de uma forma não desejável' (Goffman)”.

Assim como é difícil definir inteligência, é difícil definir deficiência mental, Seu diagnóstico é relativo porque “uma pessoa pode ser considerada deficiente em uma determinada cultura, ao não satisfazer suas expectativas, mas seria considerada normal em outra” (Reunião do grupo AISE).

Do mesmo texto citado retiramos classificação de deficiência quanto a gravidade pela Organização Mundial da Saúde. Sigla OMS – CID. 10.

> Profunda: Incapacidade total de autonomia, inclusive aquelas que vivem num nível vegetativo.

> Agudo Grave: Necessitam que se trabalhe para instaurar alguns hábitos de autonomia, já que há probalidade de adquiri-los. Capacidade primária de comunicação, podem aprender de forma linear, precisam de revisões constantes.

> Moderado: Têm condições de adquirir hábitos de autonomia e podem realizar algumas atitudes elaboradas. Quando adultos podem trabalhar com supervisão.

> Leve: São casos mais favoráveis.

Essa classificação médica por graus de deficiência, feita em 1976, deixava claro que as pessoas não são afetadas da mesma forma, contudo, atualmente, tende-se a não enquadrar previamente a pessoa com Deficiência Mental em uma categoria baseada em generalizações de comportamento esperados para a faixa etária (Referência). O grau de comprometimento da Deficiência Mental irá depender também da história de vida do paciente, inclusive do apoio familiar e das oportunidades recebidas. Na verdade, estamos vivendo num momento de mudança de um paradigma médico para um paradigma pedagógico de análise da deficiência mental.

O educador Reuven Feuerstein, observou algumas crianças que aparentavam ter uma deficiência mental leve, aparentemente sem causas biológicas. Apesar de discípulo de Piaget, Reuven desenvolveu um conceito de “mediação” muito semelhante a Vygotski e concluiu que deficiências de aprendizado podem surgir da privação cultural (falta de contato com mediadores: “resultado de uma falha da parte de um grupo em transmitir ou mediar sua cultura à nova geração”). Para tentar superar esta deficiência provocada inventou a PEI = programa de enriquecimento instrumental.

Ou seja, o atraso de aprendizagem ou a deficiência mental não é uma fatalidade, já que pode ser revertido dentro dos limites de cada pessoa e dos recursos de aprendizagem a que tem acesso.

Este princípio do conceito de resgate pedagógico é localizado no século XIX com o caso do menino-lobo de Aveyron (França) tratado por Jean-Marc Itard. O menino foi descrito por alguns como potencialmente autista, mas o mais provável é que tenha se fechado à comunicação por falta de contato humano na infância. Apesar de ter falhado em ensinar o menino a falar, as pesquisas de Itard foram aproveitadas por seu aluno Edward Seguin no desenvolvimento de metodologias para atender crianças e adultos julgados retardados.

A Associação Americana de Retardo Mental – AAMR propõe um outro modelo mais moderno de classificação de deficiência mental: “Deficiência caracterizada por limitações significativas no funcionamento intelectual da pessoa e no comportamento adaptativo – habilidades práticas, sociais e conceituais – originando-se antes dos dezoito anos de idade.” (AAMR, 2002, p.8). Separando as deficiências em dimensões: I- Habilidades intelectuais; II- Comportamento adaptativo; III- Participação, interação e papéis sociais; IV- Saúde (física e mental) e V- Contexto (ambiente e cultura).

CAUSAS E FATORES DE RISCO

Kirk e Gallagher (1991) perguntam: “O cérebro humano é capaz de entender o cérebro humano?”

Alguns agentes causadores de deficiência mental:

infecção: rubéola, sarampo, etc;

intoxicação;

trauma ou agente físico;

metabolismo ou nutrição;

doença cerebral grave;

má assistência à gestante;

influência pré-natal desconhecida;

anormalidade cromossômica (numéricas ou estruturais), síndrome de Down, síndrome de Martin Bell, síndrome o X Frágil;

alterações genéticas, ex: erros inatos do metabolismo (fenilcetonúria), síndrome de Williams, etc;

retardo decorrente de distúrbio psiquiátrico;

influências ambientais;

distúrbios de gestação: alcoolismo ou tabagismo da mãe, traumas, hipóxia ou anóxia (oxigenação cerebral insuficiente), prematuridade e baixo peso (PIG: Pequeno para idade Gestacional), icterícia grave do recém nascido – kernicterus (incompatibilidade RH/ABO);

desnutrição, desidratação grave, carência de estimulação global;

Entre os distúrbios genéticos a causa mais comum é a Síndrome de Down.

Esta condição, chamada anteriormente de mongolismo, devido a uma semelhança superficial com a raça oriental, foi uma das primeiras a ser associada às anormalidades genéticas (Lejeune, Gautier e Turpin, 1959). As pessoas nesta condição têm 47 cromossomos ao invés dos 46 normais (...) Tal condição leva à deficiência mental moderada ou leve, acrescida de vários problemas de audição, formação do esqueleto e de coração. A presença da síndrome de Down é também relacionada à idade da mãe, mais de 50 por cento das crianças com síndrome de Down nasceram de mães com mais de 35 anos (...) Não se deve concluir, contudo, que a causa exclusiva do cromossomo extra é a mãe. O pai contribui com o cromossomo extra em 20 a 25 por cento dos casos. (Kirk e Gallagher, pág. 129)

Os autores observam que hoje é possível diagnosticar a síndrome de Down antes do nascimento, o que gera um problema moral em se interromper ou continuar com a gravidez.

Algumas das Características Físicas das crianças com síndrome de Down são:

- achatamento da parte de trás da cabeça,

- inclinação das fendas palpebrais,

- pequenas dobras de pele no canto interno dos olhos,

- língua proeminente,

- ponte nasal achatada,

- orelhas ligeiramente menores,

- boca pequena,

- tônus muscular diminuído,

- ligamentos soltos,

- mãos e pés pequenos,

- pele na nuca em excesso.

Segundo o saite ABC Saúde: Embora as pessoas com síndrome de Down tenham características físicas específicas, geralmente elas têm mais semelhanças do que diferenças com a população em geral. As características físicas são importantes para o médico fazer o diagnóstico clínico; porém, a sua presença não tem nenhum outro significado. Nem sempre a criança com síndrome de Down apresenta todas as características; algumas podem ter somente umas poucas, enquanto outras podem mostrar a maioria dos sinais da síndrome.

Aproximadamente cinqüenta por cento de todas as crianças com a síndrome têm uma linha que cruza a palma das mãos (linha simiesca), e há, freqüentemente, um espaço aumentado entre o primeiro e segundo dedos do pé. Freqüentemente estas crianças apresentam mal-formações congênitas maiores.

As principais são as do coração (30-40% em alguns estudos), especialmente canal atrioventricular, e as mal-formações do trato gastrointestinal, como estenose ou atresia do duodeno, imperfuração anal, e doença de Hirschsprung.

Alguns tipos de leucemia e a reação leucemóide têm incidência aumentada na síndrome de Down. Estimativas do risco relativo de leucemia têm variado de 10 a 20 vezes maior do que na população normal; em especial a leucemia megacariocítica aguda ocorre 200 a 400 vezes mais nas pessoas com síndrome de Down do que na população cromossomicamente normal. Reações leucemóides transitórias têm sido relatadas repetidamente no período neonatal.

Entre oitenta e noventa por cento das pessoas com síndrome de Down têm algum tipo de perda auditiva. Pacientes com síndrome de Down desenvolvem as características neuropatológicas da doença de Alzheimer em uma idade muito mais precoce do que indivíduos sem a trissomia do 21.

Cuidados Especiais

A maior dificuldade é o preconceito e o medo, que decorrem, ambos, da desinformação. Quando o indivíduo conhece bem a síndrome de Down, dificilmente rejeita o deficiente.

A principal providência é tratar o estudante com síndrome de down de maneira normal, orientar os outros estudantes para não desenvolverem preconceitos e pesquisar com a família que outro tipo de acompanhamento especializado ele está recebendo.

Atendimento Escolar de estudantes com deficiência mental

A princípio, os estudantes com deficiência mental aprendem da mesma maneira que os outros. Mas exigem mais atenção, maior tempo e explicações mais objetivas e repetitivas, partindo sempre de elementos concretos ao qual o estudante tenha tido acesso anteriormente.

Sugestões:

- Ambientes de aula que favoreçam a aprendizagem, tais como: atelier, cantinhos, oficinas, etc.;

- Tarefas planejadas para desenvolver habilidades adaptativas: sociais, de comunicação (oral, física, visual, escrita, etc), trabalho em equipe, cuidado pessoal e autonomia.

FILMOGRAFIA SUGERIDA

Do Luto à luta

Forrest Gump

Meu nome é Rádio

Nell

Teias da paixão

Um novo despertar

Uma lição de amor (I am Sam)

O Oitavo Dia

A História de Loretta

BIBLIOGRAFIA

Reunião do grupo RS nº 5 - AISE: Assessoria Institucional Sócio Educacional

BBC Brasil – Especial on line:

http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/cluster/2003/08/s_down.shtml

BEYER, Hugo Otto. Inclusão e Avaliação na Escola: de alunos com necessidades educacionais especiais. Porto Alegre, Editora Meditação, 2005.

DIAS, Cecília – Entrevista = CONSTRUINDO O CAMINHO, UM DESAFIO AOS LIMITES DA SÍNDROME DE DOWN consultada no saite:

http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=29

KIRK, Samuel A./GALLAGHER, James J.. Educação da Criança Excepcional. (original americano de 1962). São Paulo, Martins Fontes, 2ª edição, 1991.

MACEDO, Lino de. Ensaios Pedagógicos: Como construir uma escola para todos?. Porto Alegre, Artmed, 2005.

Novela “Páginas da Vida” de Manoel Carlos – Veja cena de discriminação em: http://www.youtube.com/watch?v=XCpAmdJwbYY

Revista Inclusão, ano 1, nº 1, outubro 2005. SEE/Mec.

Consultar em: http: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/inclusao.pdf

Revista Época nº 435 - 18/09/2006 -

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG75338-5990-435,00.html

Saite ABC Saúde: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?393

Minha vida escolar

Depoimento da professora Débora Araújo Seabra de Moura

Associação Síndrome de Down do Rio Grande do Norte

E-mall: seabrademoura@uol.com.br

1. Na infância

Sempre estudei em escola regular. Quando fui para a primeira escola eu tinha somente 2 anos e meio e não me lembro de nada. Passei somente seis meses porque nasceu uma escola que meus pais se encantaram: a Casa Escola!

Eu, Marcelo e Olívia. que também têm Síndrome de Down, estudamos na Casa Escola por muitos anos. Aprendemos muitas coisas e fizemos amizades. Estudar na Casa Escola foi ótimo. Foi bom ter amigos como os colegas de lá porque entenderam a inclusão na escola e na vida. Porque as professoras sabiam isso porque não eram preconceituosas. E ensinaram às crianças. E eles aceitaram nós três para fazermos o jardim e alfabetização e até a quarta série. Foi muito bom para mim aprender mais coisas com os colegas e com as professoras. A gente discutia tudo. Até a síndrome de Down. Algumas professoras são muito queridas e continuam sendo até hoje. E alguns colegas também. São meus amigos de infância. Foi importante para mim conhecer essas pessoas. Até hoje, às vezes nos encontramos para sair para vários cantos.

2. Na adolescência

Quando nós saímos da Casa Escola a nossa Associação Síndrome de Down fez um trabalho de consci-entização no Colégio Imaculada Conceição - CIC, que é um colégio de freiras onde já estudavam pessoas com outras deficiências e foi muito, muito legal. Nós,da Casa Escola fizemos palestras para os meninos que iam ser nossos colegas. Cláudia Werneck lançou livros lá: "Meu Amigo Down em Casa, na Rua e na Escola" Nossos professores da Casa Escola fizeram palestras para os professores do CIC e no outro ano fomos para lá pois queríamos ir para a 5a série. Mas primeiro repetimos a 4a série. Era uma escola muito maior. Nós ficamos cinco anos, até a 8a serie e fizemos muitas amizades. Eu até tinha os dois paqueras, gatinhes da escola. Meus 15 anos foi nesse tempo e me lembro muito. Não me esqueço mais. Nós fizemos inclusão. Muita coisa aconteceu.

Lá no CIC também fiz o estágio na pré-escola com as crianças e uma professora, eu como auxiliar da professora. As crianças gostavam de mim e foram legais comigo. Até me chamavam professora Débora e eu adorei ouvir isso das palavras de cada um deles e me emocionei várias vezes.

3. Buscando o futuro...

Como gostei de trabalhar com crianças resolvi fazer o curso de magistério. Bem, eu comecei a fazer esse curso na Escola Estadual Luís Antônio e no começo foi dificíl porque não eram todas as pessoas que compreendiam a inclusão. Precisei até fazer uma carta para os professores dizendo isso no fim do primeiro ano. Tive muitas dificuldades com professores e com algumas colegas. Tinha gente preconceituosa e gente que tentou me explorar. Foi difícil. Mas em 2003, na 3a série, tudo começou a mudar e foi muito bom para mim com meus colegas da sala. Nesse ano, eu fiz o pré-estagio no NEI - Núcleo Educacional Infantil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Depois, em 2004 fiz o estágio final na Escola Municipal Emília Ramos. Gostei muito desses trabalhos e aprendi com as crianças e professoras que foram legais comigo. Sempre me dou bem com as crianças e adorei trabalhar junto com professoras e as outras estagiárias aprendendo como fazer com os meus alunos na sala de aula.

Em 2004 terminei o curso e me formei. Foi uma luta muito grande, mas consegui.

Depois consegui fazer um estágio na Creche área de Saúde na UNICAMP em Campinas, São Paulo. Eu fui convidada pela Professora Maria Teresa Mantoan e outra pessoa, a professora Magali Amais, que foram maravilhosas comigo. Esse estágio durou de 14 a 18 de fevereiro daquele ano e eu adorei porque aproveitei muito e aprendi mais coisas sobre como trabalhar com alunos pequenos.

Sonho trabalhar com meus alunos na sala de aula. Como auxiliar de professora.

Tenho feito outras atividades como recepcionista de eventos no Programa Ação Dignidade, da nossa Associação e em lojas, nas férias-. Também já desfilei três vezes. Mas gosto mesmo é de trabalhar com crianças Quero fazer esse trabalho o resto da minha vida.

Mas sei que não vai ser fácil. Meus pais me explicam isso. Tem muito problema para a gente trabalhar. Estamos procurando um jeito de resolver isto. E tenho certeza que vai dar certo.

Fonte: INCLUSÃO - Revista da Educação Especial • SEESP/MEC • Out/2005

Olhos Azuis, Luther King e Raízes Negras

Assisti, sábado, no curso sobre Inclusão o filme Olhos Azuis, documentário de Jane Elliot


Nele aparece com destaque o famoso discurso de Mather Luther King (1929-1968), "Eu tenho um sonho" (28/08/1963)

"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.

Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.
Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre.
Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.
Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".

Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.

Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.

Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.

E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"

Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.

Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas poderosas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouviu o sino da liberdade.

E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."
http://www.portalafro.com.br/religioes/evangelicos/discursoking.htm

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Acabei lembrando da famosa série televisiva Raízes, de 1977, baseada em livro de Alex Halley.

Leia o resumo dela em:
http://br.geocities.com/historiacomdalle/great_outdoors

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