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14 de junho de 2009
Pensando Educom
Após rever Waking Life (sobre diálogos e sonhos) e Scanner Darkly (sobre uso de drogas e personalidade dividida), e por acaso ver na TV Moulin Rouge (de certa forma, sobre os conflitos arte x diversão, amor x dinheiro), penso no limite da narrativa cinematográfica e no quanto, desde Matrix (mundo simulado), a mídia visual está dependente da tecnologia.
Mesmo as produções nacionais estão mais complexas visualmente - mesmo novelas de TV como Os Mutantes.
O mesmo processo já afeta, faz tempo, a produção de notícias. Os jornais não apenas mostram notícias, mas produzem programas repletos de efeitos - montagens, ilustrações, filmagens de alta qualidade....
Mas grande parte destes recursos tecnológicos estão ficando acessíveis ao grande público. E aí?
Na internet o amigo professor Carlos propõe transformar a escola numa agência de notícias. A pesquisadora italiana Isabella Bruni diz da importância de agregar informações e blogs de todas as escolas participantes do Programa Nas Ondas do Rádio ou projetos educomunicativos semelhantes num único endereço.
Isso tudo parece-me a evolução do projeto Educom e tem a ver com os filmes citados.
A escola sempre produz notícia. Inclusive "#educação" é um dos principais temas de toda mídia. A escola, também, devia ser um pólo de cultura, lazer e formação profissional - não só cuidar de crianças e ensinar o básico para quem quer - mas formar cidadãos, ensinar / aprender tudo o que for possível, produzir arte / informação / conhecimento. Será que será?
Sei que a escola, pública sobretudo, é importante. E gosto de trabalhar neste aparelho. Mas ele precisa evoluir. Nós precisamos ir além, fazer melhor.
Há várias formas ou meios de se formar equipes educomunicativas. Um está sendo proposto agora pelo projeto Minha Terra (para todo o Brasil) centrado na Sala de Informática e com apoio de um ambiente virtual.
Apesar de também ser divulgado pela internet, meu colega professor Fabiano tem um proposta diferente, com encontros com alunos de 8ª série para discutir adolescência e produzir conhecimento filosófico: http://filosofiagracioso.blogspot.com/
O próprio projeto educom começou apenas como equipes para produzir programas de rádio a serem transmitos nos intervalos de aulas. Hoje é muito mais que isto.
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Não importa muito - todas as formas funcionam.
O dilema é onde acontece a educomunicação. Identifico três espaços: fora da escola, na sala de informática ou na sala de aula comum. Este último é nosso grande desafio, por ser mais difícil mudar o sistema por dentro de seu espaço mais rígido; e ser o local "per si" onde é possível atender o maior número de jovens (nas aulas de informática o tempo é restrito e fora da escola nem sempre todos os alunos e professores podem ou querem participar).
Está posto o desafio.
Convidando os alunos monitores mais experientes a assumirem a responsabilidade de "assistentes de produção", para organizar e publicar na sala de informática educativa o conteúdo produzido nas salas de aulas comuns, cada escola pode romper seus muros, virando um pólo de produção.
Na DRE (diretoria regional de educação) este conteúdo seria agregado e filtrado, dando destaque a alguns produtos de acordo com sua relevância ou apenas para variar, dando espaço para todas as escolas. Para ajudar nesta tarefa, a dre poderia usar seus próprios alunos monitores e professores estagiários (acho que tem ou deveria ter muitos na rede!). Um modelo interessante é aquele usado pelo portal Overmundo. Este processo seria repetido no DOT Pedagógico (diretoria de orientações técnicas, uma espécie de central), de preferência usando o site institucional da SME SP para divulgação.
Eu sei do que a instituição escola é capaz. Precisamos aprender a deixar esta obra visível. Ensinar pela educomunicação.
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