Este é um período explosivo. Ano marcado por brigas e desastres de todo tipo. Mais, ao mesmo tempo, é um ano grandioso, em que tudo é feito em ampla escala: as coisas boas e as coisas más não serão pequenas. Algumas pessoas farão grandes fortunas, outras perderão tudo. Não é um ano bom para especulações, elas podem voltar-se contra você. Não aja por impulso, os resultados poderão ser drasticos. Ano dificil para cultivar a diplomacia.
O filme apresenta vários aspectos interessantes, sobretudo para educadores. Vou destacar um de seus temas, o trabalho com projetos de leitura e escrita que ultrapassam o espaço escolar.
Educar é sempre um desafio. Uma profissão impossível, segundo Freud. A personagem Erin, interpretada por Hilary Swank, professora iniciante, descobre isto de muitas maneiras: pelos comentários dos colegas, as dificuldades para ensinar segundo a forma tradicional, as conversas que consegue ter com os alunos quando conquista sua confiança. Mas como responder a este desafio?
A resposta da personagem é incrivelmente simples, de certa forma uma adaptação de uma atividade comum nas escolas de antigamente, às vezes chamada de “Livro Dourado”. Erin trabalha com relatos biográficos escritos. E para motivar esta produção autoral, usa como motivadores livros com temas familiares aos alunos: drogas, prisão, preconceito, perseguição... Com destaque especial para o livro “Diário de Anne Frank.”.
Parece-me que o grande diferencial da professora no filme foi não ficar restrita ao mero ato de ler e escrever. Os alunos são chamados a participarem de passeios pedagógicos, o que nos lembra a “Aula Passeio” de Freinet, fazem dinâmicas de grupo, como a emocionante cena da“Linha que nos une”, precisando fazer pesquisas e digitar textos, consegue organizar uma sala de informática a partir de doações e finalmente motiva os alunos a unirem-se numa grande campanha para trazerem uma palestrante de outro país.
Segundo um texto que consultei na Internet,o estilo da personagem não é teatral, tal como os professores protagonistas dos filmes “O triunfo”, “Sociedade dos poetas mortos”, “Escola da vida”. Também não é autoritária como “Meu mestre, minha vida”, e nem experimentalista como é o professor Ross, do filme “A onda”. Seu estilo pedagógico está para o ensaísmo apaixonado, romântico, humanista, mas sem perder de vista a racionalidade do propósito educativo. Primeiro, ela tenta “dar aula” segundo manda o modelo tradicional, que não funciona com alunos indiferentes ao propósito da escola eminentemente ensinante. Uma aluna questiona pra que serve aprender tal conteúdo abstrato considerado inútil para melhorar sua vida real; outro dirá que o fato de ela ser professora “branca” não é suficiente para ele respeitá-la.
Na verdade, o filme com o qual “Escritores da Liberdade” mais facilmente pode ser comparado é o clássico “Ao Mestre com Carinho” com Sidney Pottier; mas tem como vantagem louvável o destaque que da ao trabalho realmente pedagógico com leitura e escrita, que não aparece no filme de 1966.
Como obra baseada em fatos reais, o filme consegue nos animar, ao mostrar coisas incríveis feitas por pessoas comuns, que enfrentam problemas semelhantes aos nossos. Mas merece registro o fato de a verdadeira Erin ter montado uma ong que replica sua metodologia. Será que a escola precisa sempre que um “terceiro”, um órgão especializado, entre nela com novas idéias? Será que os profissionais da escola, tal como fez a Erin, não podem ser mais autônomos e inovadores? Merece reflexão e estudo.