23 de julho de 2005

Cristina S. Queiroz

"O professor é importante, sim, mas não como portador de informações e
detentor do saber, e sim como educador e como tal, cúmplice, parceiro nesta
busca de novos rumos sendo aquele que não precisa entrar em aula, pois estará
nesta busca sempre, em todos os momentos."

"O professor libertário (...) é aquele que educa para e pela vida. Que troca o seu saber, recebe o dos outros, alunos ou mestres, e leva para fora do contexto escolar. Ele educa no sentido de possibilitar o caminho e a busca pelo e através do conhecimento, e não para simplesmente, transmitir esse caminho."

"Ao contrário do que muitos fazem crer, não existe uma fórmula, uma
receita, para se ensinar e para se aprender. A criança aprende porque se
interessa, caso contrário, só recebe informações e isso não dá garantia alguma de conhecimento.
Ela pode aprender a ler e escrever de diferentes maneiras, conforme a
pedagogia a qual está inserida, mas só se tornará uma boa leitora ou uma boa
escritora, se isto lhe interessar verdadeiramente e para isso, não precisa passar
oito, dez anos na escola. Vários pensadores ilustres nem sequer estudaram, pois
eram autodidatas.
Isto também não quer dizer que, a escola não seja necessária. Ela é, desde que seja mais um espaço para que o saber se desenvolva da maneira mais livre e autônoma possível, caso contrário, não haverá muita diferença entre escola e prisão."

Na página 136 a autora atualiza um pensamento de Bakunin:
"A pessoa só é realmente livre, quando sua liberdade além de não acabar, aumenta a do outro."

E completa:
"É preciso que os educadores percebam a importância de se procurar, dentro e fora dos espaços escolares, não o conteúdo a ser transmitido, mas o interesse de se ensinar algo que desperte a curiosidade de seus alunos. Às crianças, cabe o prazer da descoberta de algo novo, que não esteja necessariamente nos livros ou nas apostilas, que não tenha necessariamente respostas prontas e imediatas, mas que esteja no seu dia-a-dia, fazendo parte da sua vida."



alguns trechos da tese UMA CRÍTICA ANARQUISTA AO CONSTRUTIVISMO de Cristina S. Queiroz. Omito a "crítica" contra o construtivismo (aliás, muito pertinente), mas destaco sua concepção inovadora de educação. Termino de ler na noite de 22.7.05.

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