26 de fevereiro de 2006

Thesaurus

Este deveria ser um trabalho para uma enorme equipe de especialistas. Um serviço público para a língua portuguesa! Mas apenas um homem, em suas poucas horas vagas, se dedicou à tárefa. Uma espécie de Thesauros (tesouro) de palavras da língua. Muito interessante.

http://alcor.concordia.ca/%7Evjorge/Thesaurus/apresentacao.html

25 de fevereiro de 2006

Dissertação: Resiliência

A pedido de uma professora bolei uma proposta de redação e, para a proposta, escrevi duas redações, sendo a segunda mais argumentativa.

Depreenda o tema:

a) Do Dicionário Eletrônico Houaiss, versão 1.0. , 2001:
resiliência: substantivo feminino
1 Rubrica: física.
propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica
2 Derivação: sentido figurado.
capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças
Etimologia: ing. resilience (1824) 'elasticidade; capacidade rápida de recuperação'

b) Música: Volta Por Cima
autor: Paulo Vanzolini, famosa na voz do Noite Ilustrada.

Chorei, não procurei esconder
Todos viram,
Fingiram pena de mim,
não precisava
Ali onde eu chorei
Qualquer um chorava
Dar a volta por cima que eu dei
Quero ver quem dava.

Um homem de moral não fica no chão
Nem quer que mulher
Venha lhe dar a mão
Reconhece a queda e não desanima
Levanta, sacode a poeira
E dá a volta por cima.

Dissertação Enumerativa:

RESISTÊNCIA PARA VIVER

Resiliência é uma palavra difícil que se usa na Física. Significa a capacidade de alguns corpos em retornar à sua forma original após terem sido deformados. Incorporada pela psicologia e sociologia, tem sido usada para descrever as pessoas capazes adaptar-se a situações difíceis e superarem traumas que, para outros, pareceriam terríveis.
Um exemplo é a pedagoga Helen Keller, que tendo ficado cega, surda e muda na infância, conseguiu superar sua deficiência com o auxílio da família, formou-se e criou uma fundação de apoio a crianças com deficiências.
Outro exemplo é a ministra do meio ambiente da gestão Lula, Marina Silva. Filha de seringueiros, começou a estudar apenas após os 17 anos, num colégio de freiras. No primeiro dia de aula a professora chamou seu nome, ela levantou-se da cadeira e foi até ela perguntar o que queria, todos riram – era apenas a chamada. Mesmo enfrentando a chacota dos colegas, ela se dedicou com todo afinco ao estudo, formou-se em nível superior e, hoje, é um nome respeitado em todo planeta na defesa da natureza, tal qual o mestre Chico Mendes.
É apenas um conceito. Uma palavra. Mas é muito mais. Trata-se de uma qualidade que devemos buscar e cultivar. Poderíamos apenas chorar com nossos problemas mas, se olharmos ao nosso redor, veremos tantos que precisam da força que ganhamos ao enfrentar estes problemas.

Dissertação Argumentativa:

RESISTÊNCIA PARA VIVER – II: Volta por cima

Imagine uma bola. De preferência de borracha. Se a bola fosse dura demais não serviria para jogar futebol, quebraria o pé ou ela se racharia. Por isso ao levar um chute a bola se deforma, mas imediatamente volta ao seu formato original para continuar rodando pelo campo. A esta capacidade a Física chama resiliência. Num certo sentido, a mesma capacidade pode ser vista numa árvore, que em vez de ser arrancada, se verga com o vento, sempre voltando a ficar ereta.
Pois todos somos um pouco bola e um pouco árvore. Chutados por todo lado, arrastados por muitos ventos. A pressão é muito grande. De um lado a crueldade daqueles que se julgam melhores, e tantas crianças sofrem ainda hoje todo tipo de preconceito dos próprios colegas dentro das escolas; de outro lado temos a inveja, daqueles que pensam que nós somos melhores e, portanto, temos que ser atacados por calúnias, insinuações, fofocas, roubos e até fisicamente.
E no meio de tantas adversidades, algumas pessoas parecem ter ainda maiores desvantagens. Deficiências físicas ou mentais, doenças, filhos com problemas. Nem por isso se entregam ao destino triste. Antes fazem alegria. Tal como na música de Paulo Vazolini, a cada novo problema levantam e dão a volta por cima. Também pode ser chamado de resiliência este talento para sempre se recuperar, tal qual uma fênix que sempre renasce das próprias cinzas.
Não parece ser algo fácil de ser aprendido. Mas com certeza é uma qualidade que precisamos buscar. Poderíamos apenas chorar com nossos problemas mas, se olharmos ao nosso redor, veremos tantos que precisam da força que só poderemos devenvolver enfrentando nossas adversidades.

Fábio R., 23 de fevereiro de 2006.


observação: Argumentação: Rubrica: literatura, estilística. No desenvolvimento do discurso, corresponde aos recursos lógicos, como silogismos, paradoxos etc. ger. acompanhados de exemplos, que induzem à aceitação de uma tese e à conclusão geral e final.

Notícia preocupante sobre os jovens:

Notícia retirada de http://www.msn.com.br/financas/noticias/noticia7/

Pesquisa revela que 27% dos jovens brasileiros estão sem trabalhar nem estudar

20/02/2006 - 12h25
InfoMoney

SÃO PAULO - Mesmo após concluir os estudos, muitos jovens só encontram portas fechadas ao procurar um emprego. As empresas os consideram muito novos e sem experiência. Sem ter como prosseguir com os estudos, os adolescentes acabam ficando sem trabalhar e sem estudar.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ibase (Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas) e pelo instituto Pólis, com 8.000 jovens nas oito principais regiões metropolitanas do país (Belém, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Distrito Federal), 27% dos brasileiros de 15 a 24 anos estão sem atividades profissionais ou educacionais.

Enquanto não estudam nem trabalham, muitos são pressionados pela família e recebem o rótulo de "vagabundos". No entanto, boa parte deles está procurando emprego ou vinculada a algum projeto social.

A maior parte desses jovens não está nessa situação porque quer. Alguns saíram da escola porque repetiram várias vezes e outros tentaram, sem sucesso, entrar numa universidade ou conseguir um emprego.

Reclamações do mercado de trabalho
O Ibase ainda revela que uma queixa comum desses adolescentes é sobre a restrição do mercado de trabalho, que exige experiência dos candidatos, sem permitir que eles se insiram pela primeira vez.

Muitos pesquisados ainda disseram sofrer preconceito por causa de sua aparência, cor da pele ou porque não usavam a roupa ou o cabelo da moda. Por causa do alto índice de desemprego, estes jovens têm muito medo de não conseguirem uma colocação.

A pesquisa ainda revela que o jovem urbano brasileiro tem entre suas principais reivindicações uma escola de melhor qualidade, melhor qualificação profissional e mais espaços de cultura e lazer, próximos ao seu local de moradia. Eles também pedem segurança e menos corrupção e mais comprometimento por parte dos governantes.



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18 de fevereiro de 2006

Saudade das marchinhas

Está chegando o carnaval. E mais uma vez podemos sentir saudades daquilo que era bom e parece ter se perdido, como as marchinhas de carnaval. Veja o sítio:
http://www.samba-choro.com.br/noticias/arquivo/8172

"Efeito: Eu, Conceito: você"

Se não posso te convencer
Neste baile de máscaras
Ouso ser sincero
Confesso o que quero

Eu desejo um dia lindo
Todos os dias
Para admirar o que há de belo
Para descobrir a beleza secreta
A beleza mesma - escondida
Num dia nublado
A beleza mesma
Brilhando numa noite azul
A beleza real
Que habita em qualquer lugar
Floresce em toda campina
& alegra rneu coração tão triste!

Estou assim andando a esmo
Sou tropeiro mesmo
Vou tropeçando pelos objetos
Vou errando mas ainda busco
O acerto que há tarde
De me consolar & definir

Não busco compreensão
Nem peço a sua...
Nem seduzo ninguém
É tudo fractal

A parcela parece o todo
Mas tudo é tão pouco!
Minha ambição é tão além
É algo até - além mar
Mas sonho a praia & a ilha

Meu oásis no deserto
Me nega a água - me nega a fruta
Nem de fome e sede morrerei
Mas sinto a dor do ferimento

O que mais posso dizer ?
Num carnaval qualquer
De alegrias tão falsas
Um bolo tão doce como
Tão doce deveria ser a vida...

Podia ser uma festa!
Mas faltou o melhor (eu senti)
Faltou todos que prezo
Percebo
O que vocês pensam sobre min ?
Podem falar - não sofro com tão pouco

Mas espero a volta e meia
Te espero qualquer dia
Salve Selene & Apólo
Que todos nós seremos felizes!

por Fábio R. - 20 a 21/02/1998 -revisto e redigitado 16fev06.

12 de fevereiro de 2006

Caso de secretária

O colega Carlos sugeriu este texto para trabalhar com os alunos. Faz parte do livro "70 historinhas", ed. Record, que ele me emprestou. Achei também na Internet, em material pedagógico do MEC em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Profa/guia_for_1.pdf

Caso de secretária
Carlos Drummond de Andrade

Foi trombudo para o escritório. Era dia de seu aniversário, e a esposa nem sequer o abraçara, não fizera a mínima alusão à data. As crianças também tinham se esquecido. Então era assim que a família o tratava? Ele que vivia para os seus, que se arrebentava de trabalhar, não merecer um beijo, uma palavra ao menos!
Mas, no escritório, havia flores à sua espera, sobre a mesa. Havia o sorriso e o abraço da secretária, que poderia muito bem ter ignorado o aniversário, e entretanto o lembrara. Era mais do que uma auxiliar, atenta, experimentada e eficiente, pé-de-boi da firma, como até então a considerara; era um coração amigo.
Passada a surpresa, sentiu-se ainda mais borocochô: o carinho da secretária não curava, abria mais a ferida. Pois então uma estranha se lembrava dele com tais requintes, e a mulher e os filhos, nada? Baixou a cabeça, ficou rodando o lápis entre os dedos, sem gosto para viver.
Durante o dia, a secretária redobrou de atenções. Parecia querer consolá-lo, como se medisse toda sua solidão moral, o seu abandono. Sorria, tinha palavras amáveis, e o ditado da correspondência foi entremeado de suaves brincadeiras da parte dela.
— O senhor vai comemorar em casa ou numa boate?
Engasgado, confessou-lhe que em parte nenhuma. Fazer anos é uma droga, ninguém gostava dele neste mundo, iria rodar por aí à noite, solitário, como o lobo da estepe.
— Se o senhor quisesse, podíamos jantar juntos – insinuou ela, discretamente.
E não é que podiam mesmo? Em vez de passar uma noite besta, ressentida — o pessoal lá em casa pouco está me ligando —, teria horas amenas, em companhia de uma mulher que —reparava agora — era bem bonita.
Daí por diante o trabalho foi nervoso, nunca mais que se fechava o escritório.Teve vontade de mandar todos embora, para que todos comemorassem o seu aniversário, ele principalmente. Conteve-se, no prazer ansioso da espera.
— Onde você prefere ir? – perguntou, ao saírem.
— Se não se importa, vamos passar primeiro em meu apartamento. Preciso trocar de roupa.
Ótimo, pensou ele; – faz-se a inspeção prévia do terreno, e, quem sabe?
— Mas antes quero um drinque, para animar — ela retificou.
Foram ao drinque, ele recuperou não só a alegria de viver e fazer anos, como começou a fazê-los pelo avesso, remoçando. Saiu bem mais jovem do bar, e pegou-lhe do braço.
No apartamento, ela apontou-lhe o banheiro e disse-lhe que o usasse sem cerimônia. Dentro de quinze minutos ele poderia entrar no quarto, não precisava bater — e o sorriso dela, dizendo isto, era uma promessa de felicidade.
Ele nem percebeu ao certo se estava se arrumando ou se desarrumando, de tal modo os quinze minutos se atropelaram, querendo virar quinze segundos, no calor escaldante do banheiro e da situação. Liberto da roupa incômoda, abriu a porta do quarto./ Lá dentro, sua mulher e seus filhinhos, em coro com a secretária, esperavam-no cantando "Parabéns pra você."

11 de fevereiro de 2006

iL Corvo

corvo_medita.JPG Posted by Picasa

consegui puxar pelo e-mule versão italiana do Corvo de James O' Barr, chamada Il Corvo. É mais difícil de ler do que em inglês (para quem só sabe português, como eu, a única língua fácil é o espanhol), mas vale a pena pela qualidade das imagens.

Sonhei com a Samanda

Sonhei com uma antiga colega de trabalho, a Samanda. Agora a estou procurando. No sonho ela andava de moto e me dava uma carona para entregar uma encomenda ou fazer um tipo de trabalho em Campinas (onde eu ia sempre quando trabalhavamos juntos), no caminho paramos na estrada para jantar. Achei o sonho muito rico de detalhes (mais do que uma lembrança, apesar de ser absurdo ir para Campinas de moto!) e fiquei muito curioso.

Caleidoscópio com lógica

Caleidoscópio com lógica
O óbito do amor
Que não há objeto onde se mire
Espelho
Reflexo que se quebre
- Acenda luz
Quero olhar isto que está
acontecendo
Talvez aceitar - entender
-
O nosso encontro foi como
. desastre com trens
Um beijo
e a difícil separação.

f.r.n; 01ago200 - digitado 11fev06

-
Este poema faz referência a uma música do Paralalamas do Sucesso e a uma antiga história em quadrinhos do Demolidor com argumento da sensível Ann Nocenti. Mas o que eu lembro agora é a música da banda Kaleidoscópio (do dj Ramilson Maia e da cantora-compositora Janaína Lima):

Tem Que Valer...

Tem que valer

Tem que valer, valer, viver
tem que viver, viver, valer
Tem que valer, valer, viver
tem que viver, viver, valer

Tem que viver, valer viver,
tem que viver pra valer
Tem que viver, valer viver,
tem que viver pra valer...

Tudo começou,
janeiro, verão, sol, praia...
do mar você me olhou,
e procurou a mais perfeita onda, que onda...
Rolei na areia e fiquei louca, muito louca...

Você é tudo na minha vida...
o grande amor, eu quero ser sua menina
Você é tudo na minha vida,
o grande amor, estrela minha...

8 de fevereiro de 2006

Sobre as charges anti-Muçulmanas

Uma revista brasileira tenta explicar porque a blasfêmia precisa ser tolerada.
Concordo. A blasfêmia deve ser praticada enquanto crítica satírica ao dogmatismo e às incoerências de todas as religiões (por isso mesmo Eu não sigo nenhuma). Um bom exemplo são os quadrinhos da "Turma da Kelly" ou filmes como "Dogma".
Entretanto não podemos ser coniventes com a blasfêmia enquanto manifestação de racismo e intolerância religiosa ou ideológica, como parece ser o caso das charges tão famigeradas atualmente, feitas com a figura do profeta Mohamed.
Não concordo com o absurdo das manifestações violentas dos povos muçulmanos, entretanto o mundo rico branco ocidental precisa aprender a ser mais humilde e respeitar as diferenças, mesmo quando "acha" poder ajudar o outro a ser melhor. Melhor em quê? Melhor do que quem? Os ocidentais brancos ricos se iludem julgando que sua visão de mundo seja única, exclusiva.
Precisamos crescer.


f.r.n.

2 de fevereiro de 2006

Kelly e Duplipensar

Tentei colocar uma nova imagem no índice deste blog retirada de:
http://www.alenonimo.com.br/foto-respostas/

Sítio que contém uma divertida série de quadrinhos ateístas, a Turma da Kelly de Alexandre Roberto.

Como falhou, optei por colocar um dos curiosos (porque ambíguos) banners do http://www.duplipensar.net/galeria/index.html

Baseados no livro 1984 de George Orwell.

1 de fevereiro de 2006

Escravos

Do livro Trança criança, História e Geografia de Ana, Beto e Carolina


"Naquele tempo, ninguém trabaiava para si. Trabaiava só para eles, pros feitores, pros chefes. Trabaiava pra comida. Pra comida que comia, e era assim que se trabaiava. E ali não podia parar, o feitor batia!"

depoimento de ex-escravo Mariano Pereira dos Santos retirado do livro "Depoimentos de escravos brasileiros" de Mario José Maestri Filho.

Epicuro

Na TVE vejo programa importado sobre Epicuro e sua tri-receita de felicidade: Amizade, Liberdade (que podemos traduzir por autonomia, inclusive financeira... ) e "Vida Analisada" (que é algo como "para para pensar", estudar, relaxar, meditar e planejar a própria vida).
Entendi mais ou menos assim um trecho: O mascaramento de nossos desejos nos deixa confusos. esta é a tática da propaganda do consumismo capitalista, que oferece o que eles querem vender (e nem sempre nós precisamos, de fato, ter para nossa subsistência) associado a coisas ou ideais que buscamos, como por exemplo a "liberdade' - Consumindo, é justamente a liberdade que berdemos, já que deixamos de seguir nossa necessidade para vivermos programados pelo consumismo.
Desta maneira é impossível ser feliz, pois sempre faltará "algo' e nossa situação financeira raramente será confortável ou autônoma.

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