10 de junho de 2006

Adão Ramos - Leo Gaucho

Na noite de quarta feira, 6 de junho de 2006, faleceu meu tio Adão Ramos, também conhecido como Leo Gaucho (dupla caipira com seu irmão Pedro Ramos e tantos outros... chegou a lançar um disco
!), também conhecido como Zé da Roça (personagem que ele inventou para uma história fabulosa e libertária, "Uma cidade diferente", onde defende seus valores caipiras e cristãos. Infelizmente mais um livro não publicado).

Músico, poeta, leitor sem preconceitos, agitador cultural e ativo participante da comunidade religiosa. Vai fazer falta.

Acompanhei seu enterro na manhã da quinta feira. Desde a morte de meu pai que não rezava tanto (apesar de ser agnóstico, acompanhei o terço com meus familiares). Depois seus parceiros o homenagearam cantando modas caipiras como Chico Mineiro e Menino da Porteira...

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Na quinta, ainda, visitei o Museu Da Língua Portuguesa. Pena que meu tio Adão não pode ir comigo. Que seu espírito me acompanhe. Era um homem muito culto. Foi ele que me apresentou, ainda menino, aos livros e aos gibis do Fantasma; e me levou pela primeira vez à Bienal do Livro, quando ainda era no Ibirapuera. Cheguei a trabalhar com ele algum tempo, quando ele montou uma banca de jornais no Jaraguá. Lá aprendi a ler todo tipo de jornal e revista e conversar sobre todo e qualquer assunto...


p.s.: tudo no museu da língua é maravilhoso. Nada do que eu disser aqui, nem qualquer matéria jornalística de jornal, revista ou t.v. que eu vi faz juz ao que é aquilo! Impressionante! Mas algo me chamou mais a atenção... A participação de Rappin Hood cantando um poema de Gregório de Matos. É tão impressionante que vários jovens que estavam lá bateram palmas acompanhando o ritmo. Verdadeira interatividade! Isto é a verdadeira cultura!

É claro que nem tudo é perfeito. Faltaram alguns escritos e artistas (que eu, pelo menos, não vi) = entre eles os grandes compositores caipiras, Machado de Assis e o louco-profeta Arthur Bispo do Rosário.... Talvez apareceçam em futuras exposições especiais, como a atual dedicada a João Guimarães Rosa.

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