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Que o professor emérito e de carreira internacional tenha tropeçado no idioma nativo justamente quando zombava do metalúrgico pouco letrado é um detalhe cômico que só torna o episódio mais grotesco. O essencial não está, obviamente, no maltrato da língua, o que nem é novidade. O sociólogo um dia já manobrou muito bem as idéias, mas nunca foi um estilista. Seu texto é sofrível. Também nisso é legítimo representante da elite local.
Os tucanos falam muitas línguas, são gente que trabalha e estuda, que estuda e trabalha, disse o príncipe. Pois os estudiosos deveriam ler as 90 páginas da denúncia do procurador-geral Antonio Fernando Souza sobre o valerioduto do PSDB. Está em português, claro e cristalino.
Ali o esquema de rapinagem dos cofres públicos a serviço de Eduardo Azeredo em 1998 é descrito como "origem e laboratório" do mensalão petista. A diferença entre a farra mineira e a que se deu sob Lula seria de escala. Não é uma gincana muito edificante.
"Estamos aprendendo com a Era Fernandina como de fato ficou brutalmente estúpido ser inteligente", escreveu no caderno Mais!, ainda em 2001, o filósofo Paulo Arantes. O "apagão" da inteligência progressista desde então só avançou. E já ficou claro a essa altura que tal breu está relacionado à falta de perspectiva decente para o país. Ou, como disse João Moreira Salles em entrevista à Folha, "nossas ambições se tornaram mais medíocres". É um moço bem-educado. E ele FHC conhece muito bem.
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