28 de novembro de 2007

Roda de Conversa: Tramas da cor no CEU Pera Marmelo

Participo do evento "RODA DE CONVERSA" no teatro do CEU Pera Marmelo, das 08 às 12 horas. Já trabalhei na EMEF deste CEU EM 2005.

Elisa, diretora pedagógica da CE Pirituba, apresentou o evento, reclamando do número reduzido de participantes, menos de 30, com certeza decorrência dos fechamentos burocráticos exigidos nesta época do ano. Assistimos belo show do grupo "A Quatro Vozes". Não tirei fotos pois esquecei de levar as pilhas! O grupo vale nossa atenção e em maio de 2008 estará lançando seu terceiro disco, no memorial da américa latina.
http://www.ajorb.com.br/ipe/capa/imagem/voz1.jpgachei esta imagem na net, mas ela não mostra os instumentistas (violão e percussão) que são ótimos.

Depois ouvimos a professora Rosa Margarida de Carvalho Rocha, autora do livro Almanaque Pedagógico Afro-Brasileiro.

http://kitabulivraria.files.wordpress.com/2007/05/paradidaticos09_p.jpg


Ela falou sobre a Implantação da Lei 10.639 e o Cotidiano Escolar, inclusive dando dicas específicas para cada disciplina.

Complementando a fala da professora Rosa, tivemos o prazer de ouvir a professora Raquel de Oliveira, autora do livro "Tramas da Cor", que de certa forma torna real e presente o preconceito racial contando um caso real de racismo, com a aluna Jéssica, e também fornece esperança ao mostrar como este caso foi tratado e os resultados positivos possíveis.


A professora Rosana leu o primeiro capítulo deste livro e Raquel apresentou um resumo explicativo de suas partes. Emocionante e Fantástico. Ela terminou lembrando algumas grandes figuras negras brasileiras e mostrando dois poemas.

Alguns citados: Carolina Maria de Jesus (escritora), Antonieta de Barros, Luiza Mahin (líder malê), Cuti (poeta, ainda vivo), Solano Trindade, Rainha Nzinga, etc...

Em tempo, ambos os livros estão disponíveis nas Salas de Leitura das escolas municipais de São Paulo.

Aproveitem os poemas:

A PALAVRA NEGRO

Cuti



a palavra negro
tem sua história e segredo
veias do São Francisco
prantos do Amazonas
e um mistério Atlântico

a palavra negro
tem grito de estrelas ao longe
sons sob as retinas
de tambores que embalam as meninas
dos olhos
a palavra negro
tem chaga tem chega!
tem ondas fortessuaves nas praias do apego
nas praias do aconchego

a palavra negro
que muitos não gostam
tem gosto de sol que nasce

a palavra negro
tem sua história e segredo
o sagrado desejo dos doces vôos da vida
o trágico entrelaçado
e a mágica da alegria

a palavra negro
tem sua história e segredo
é o bálsamo para o medo
em chagas aberto no corpo de nosso país

a palavra negro
sumo deste solo
nos neurônios da raiz.

(Batuque de Tocaia)

© Cuti (Luiz Silva)


Zumbi

Zumbi morreu na guerra
Eterno ele será
Rei justo e companheiro
Morreu pra libertar
Zumbi morreu na guerra
Eterno ele será
Se negro está lutando
Zumbi presente está
Herói cheio de glórias
Eterno ele será
À sombra da gameleira
A mais frondosa que há
Seus olhos hoje são lua,
Sol, estrelas a brilhar
Seus braços são troncos de árvores
Sua fala é vento é chuva
É trovão, é rio, é mar.

Solano Trindade (1908 – 1974), poeta da militância negra, pintor, teatrólogo, ator e folclorista. Iniciou junto com outros artistas, nos anos 60, na cidade de Embu, o núcleo cultural que contribuiu para o atual batismo de Embu das Artes.

No dia
20 de novembro – Dia Nacional da Consciência Negra , em 1695 (ainda no século XVII), o líder negro Zumbi foi assassinado no quilombo dos Palmares.

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