O código Da Vinci
João Evangelista
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~ O Amor ~
~ Gibran Kahlil Gibran ~
Então, Almitra disse: “Fala-nos do amor.”
E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão,
e um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, disse:
Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa queda.
E da mesma forma que alcança vossa altura
E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes
E as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
No pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,
Vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor,
Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga:
“Deus está no meu coração”,
Mas que diga antes:
"Eu estou no coração de Deus”.
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos,
Determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
Sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
Que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia
E meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.
VIOLÊNCIA EM SÃO PAULO
Ferréz denuncia ação de policiais e é ameaçado
Escritor que vive no Capão Redondo, na periferia de São Paulo, teve que deixar a capital no final de semana devido às ameaças de morte que recebeu. Desde a semana passada ele vem denunciando a reação exacerbada da polícia, que tem vitimado inocentes, como na entrevista que concedeu à Carta Maior na sexta.
veja em: http://agenciacartamaior.uol.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=11228
De manhã, cheguei a comentar com meus alunos este absurdo. A organização do crime, infelizmente, é superior à organização de nosso governo/polícia. Enquanto o poder oficial ainda está preso a um sistema hierárquico linear e lento; o crime pesquisa livros sobre Gandhi, Che Quevara e teorias de intectuais modernos para agir com estratégias de marketing, manipulação ideológica, táticas de guerrilha e em rede neural, rápida, auto-gerida e terrívelmente eficiente.
(para se ter uma idéia do nível de manipulação ideológica, alguns líderes criminosos se consideram “presos políticos” e não reconhecem a cadeia como um sistema de reinserção social – será que estão certos? - é claro, a função de nossa prisão atual é punir - mas nem isto faz direito...)
Nosso governo, se de fato quer ser governo, precisa mudar. Precisa ser organizado também, combater a corrupção (que é um apoio corporativo ao crime) e reformular a legislação – para de fato, como diz o lema do “pcc”, trazer PAZ, JUSTIÇA E LIBERDADE para todos. O crime não pode prevalecer. Digo NÃO ao poder paralelo. O verdadeiro poder tem que estar nas mãos do povo, mas, para tanto, o melhor caminho não é revolta armada, mas sim a educação.
O cântico da terra
Cora Coralina (Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas, 20/08/1889 — 10/04/1985 )
Eu sou a terra, eu sou a vida.
Do meu barro primeiro veio o homem.
De mim veio a mulher e veio o amor.
Veio a árvore, veio a fonte.
Vem o fruto e vem a flor.
Eu sou a fonte original de toda vida.
Sou o chão que se prende à tua casa.
Sou a telha da coberta de teu lar.
A mina constante de teu poço.
Sou a espiga generosa de teu gado
e certeza tranqüila ao teu esforço.
Sou a razão de tua vida.
De mim vieste pela mão do Criador,
e a mim tu voltarás no fim da lida.
Só em mim acharás descanso e Paz.
Eu sou a grande Mãe Universal.
Tua filha, tua noiva e desposada.
A mulher e o ventre que fecundas.
Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor.
A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu.
Teu arado, tua foice, teu machado.
O berço pequenino de teu filho.
O algodão de tua veste
e o pão de tua casa.
E um dia bem distante
a mim tu voltarás.
E no canteiro materno de meu seio
tranqüilo dormirás.
Plantemos a roça.
Lavremos a gleba.
Cuidemos do ninho,
do gado e da tulha.
Fartura teremos
e donos de sítio
felizes seremos.
Mascarados
Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.
Gita
música de: Raul Seixas e Paulo Coelho (versão para o texto indiano Bhagavad Gita )
"Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando, foi justamente num sonho que ele me falou"
Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado
Não falo de amor quase nada
Nem fico sorrindo ao teu lado
Você pensa em mim toda hora
Me come, me cospe, me deixa
Talvez você não entenda
Mas hoje eu vou lhe mostrar
Eu sou a luz das estrelas
Eu sou a cor do luar
Eu sou as coisas da vida
Eu sou o medo de amar
Eu sou o medo do fraco
A força da imaginação
O blefe do jogador
Eu sou, eu fui, eu vou
Gita gita gita gita gita
Eu sou o seu sacrifício
A placa de contra-mão
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição
Eu sou a vela que acende
Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada
Por que você me pergunta
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra
Do fogo, da água e do ar
Você me tem todo dia
Mas não sabe se é bom ou ruim
Mas saiba que eu estou em você
Mas você não está em mim
Das telhas eu sou o telhado
A pesca do pescador
A letra arde em meu nome
Dos sonhos eu sou o amor
Eu sou a dona de casa
Nos pegue-pagues do mundo
Eu sou a mão do carrasco
Sou raso, largo, profundo
Gita gita gita gita gita
Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão
Mas eu sou o amargo da língua
A mãe, o pai e o avô
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio (2x)
QUESTIONÁRIO DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO PARA RESENHA “HOMOFÓBICOS GO HOME!” DE Lola Aronovich
1- Que filme a autora está resenhando?
2- Qual o nome do diretor do filme?
3- Quais prêmios este filme ganhou, segundo a resenha?
4- Segundo a resenha, quais outros filmes são do mesmo diretor?
5- Qual destes filmes não agradou a autora?
6- A autora gostou do último filme deste diretor?
7- Quais foram os comportamentos homofóbicos identificados pela autora na platéia do cinema onde ela viu o filme?
8- Qual o risco deste tipo de comportamento para a sociedade?
9- Explique se você ficou ou não com vontade de assistir a este último filme e por quê:
10- Faça uma redação com pelo menos 10 linha com o tema: “Preconceito contra gays, travestis e lésbicas”.
QUESTIONÁRIO DE INTERPRETAÇÃO DE TEXTO PARA POEMAS DE Cora Coralina E Raul Seixas.
1- Qual o “Eu poético”, ou seja, quem está falando no poema “O cântigo da terra”, escrito por Cora Coralina.
2- O que significa o verso “e a mim tu voltarás no fim da lida”.
Glossário: lida = trabalho.
3- Que conselho o poema passa para os leitores na sua última estrofe?
4- Cora Coralina começou a escrever já idosa e tinha um estilo conservador, evocando imagens rurais. Adaptando o poema para sua própria vida, moderna e urbana, como você entende essa mensagem? Faça uma redação com pelo menos 5 linhas.
5- Compare o poema “O cântigo da terra” com a música “Gita” de Raul Seixas. O que há de parecido entre ambos?
6- Explique agora o que há de diferente entre os dois textos citados?
7- Usando a mesma fórmula de ambos os textos, escreva um poema no estilo “Eu sou...”, mas usando outras coisas como, por exemplo, “eu sou a água”, “eu sou o vento que traz alegria”, “eu sou o tempo de parar para pensar”, etc.
Tente soltar sua imaginação e procure palavras que rimam para os finais dos versos. Exemplo: “Tudo o que sei
não é o que sou
É o que errei”
8- Leia atentamente o poema “Mascarados” de Cora Coralina. Há pelo menos seis verbos no poema. Copie todos os verbos:
9- Faça uma redação livre usando todos estes verbos. A redação deve ter pelo menos 10 linhas. Pode ser, por exemplo, uma fábula ou um diálogo: