29 de junho de 2008

Encontro Carta da Terra e Ecopedagogia na Umapaz, Ibirapuera - veja fotos



www.flickr.com








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28 de junho de 2008

Rascunho Projeto

(ao lado, arte de Andreato)
Baseado no portal Novaescola e em aula do professor Walmir Cardoso.


Descrição do projeto – Sintética e clara. O que será feito e por quem.


Justificativa - Conte os motivos que levaram você a realizar o projeto ou a seqüência didática. Use como apoio a necessidade de aprendizagem da turma e não apenas os conteúdos da grade curricular ou dos Parâmetros Curriculares Nacionais. Um exemplo: Alfabetização com a 4ª série. Embora não seja um tema previsto para essa faixa etária, ele é válido se foi identificado que 80% dos estudantes ainda não estão alfabéticos. Responda também em que contexto estão inseridos a comunidade, a escola e os alunos.

Objetivos - A pergunta a ser respondida aqui é: o que você queria que seus alunos aprendessem? Relacione sempre do geral para o específico. Produção de textos, por exemplo, é um objetivo geral e escrever textos narrativos e usar marcadores temporais (era uma vez, de repente etc.) são específicos.

Conteúdos - Curriculares Para dar conta dos objetivos, é preciso estabelecer os conteúdos correspondentes a eles.

Organização Curricular - Apontar como será organizado o currículo do Programa, as áreas do

conhecimento e a integração destas ao Arco Ocupacional Produção Rural

Familiar.


Organização dos tempos e espaços da aprendizagem - Apontar de acordo com o estabelecido no Projeto Base Saberes da Terra a organização dos tempos e dos espaços formativos para operacionalização das aulas do curso; apontar como serão organizadas as alternâncias (internato,

semi-presencial, fins de semana, etc).


Avaliação - Mostrar como se dará processo avaliativo dos educandos no Projeto, bem como

as formas de avaliação dos educadores, e dos impactos e desafios que o

Projeto poderá apresentar.


Bibliografia – Olhas consultadas para produzir o projeto, inclusive sites, revistas e livros didáticas por ventura usados pelos alunos.


Dia de Raul Seixas (28 de junho)

http://viniciuseel.files.wordpress.com/2007/11/raulzito.jpgRaul Seixas completaria nesta data 63 anos. Morreu em 21 de agosto de 1989.

Projeto "Olhar o Céu" (para curso Astronomia: das estrelas à sala de aula)

Descrição do projeto – Uso de softwares de simulação e pesquisas pela internet para desenvolver o hábito de olhar o céu, conhecer as constelação e ampliar a visão de mundo, aprendendo o que é o universo.


Justificativa – Este projeto responde à riqueza dos estudos que acompanhei no curso “Das Estrela à Sala de Aula” e se adequa às propostas pedagógicas de minha Unidade Escolar, que procura valorizar o estudo de ciências em articulação com as outras disciplinas e com constante preocupação em estimular a leitura e a escrita.

Objetivos - Na cidade de São Paulo muitos deixaram de olhar o céu; até para saber se vai chover se recorre muito mais às informações da mídia. Usando a multimídia, principalmente os programas Stellarium, Observatório Astronômico, Google Earth e o navegador de internet Firefox vamos desenvolver atividades para que os alunos voltem a olhar o céu real. Estas atividades envolverão desenhos manuais de observação e textos, que serão posteriormente reescritos em forma de obras artísticas ou reportagens para o blog da nossa escola: http://radiograciosa.multiply.com .

Organização dos tempos e espaços da aprendizagem - Este projeto terá como espaço de espraiamento a Sala de Informática Educativa da escola, mas deverá se desenvolver também na Sala de Aula e fora da escola, com os alunos sendo convidados a observar o céu real e fazer anotações, que poderão ser textos ou desenhos, de acordo com combinados com os professores das turmas. Cada turma da escola tem uma aula semanal de informática.

*

A pesquisa se inicia na Sala de Informática Educativa, com as palavras chaves “constelações” e “sistema solar”.
*

No segundo momento os estudantes e professores exploram o software Observatório Astronômico, escolhendo uma constelação visível no céu numa data de observação.
*

Na data marcada o aluno observa e anota a observação, usando referências combinadas com os professores de ciências e geografia.
*

Para fazer comparações e conhecer alternativas, os estudantes também explorarão os softwares gratuitos Stellarium e Google Earth.
*

Após a vista pelos professores das anotações dos alunos, eles poderão escrever textos de diferentes gêneros textuais: poesias, relatórios, reportagens. Para ajudarem a terem idéias faremos estudos na internet sobre os mitos relacionados com as constelações. Com auxílio da professora da Sala de Leitura iremos também indicar livros com histórias mitológicas e livros científicos que os alunos poderão emprestar para lerem em casa.

Nossa previsão é que este projeto se estenda por um mês, podendo este prazo ser prorrogado. Também poderá ser retomado em qualquer momento, com as mesmas turmas, já que há um conteúdo muito rico a ser explorado.


Organização Curricular – O foco é desenvolver o estudo de ciências de uma maneira leve e divertida, e isto acontecerá em articulação com todas as outras disciplinas, sempre privilegiando a leitura e a escrita. Com os professores de língua portuguesa e artes vamos organizar atividades de criação artística e reescrita a partir das anotações originais dos alunos. Com os professores de matemática poderemos montar um debate sobre os números e as proporções do universo; com o professor de Ciências, entre outros temas possíveis, Astronomia e Biologia; com o professor de Geografia localização e composição do nosso planeta Terra, em comparação com outros planetas e com as estrelas. O professor de História poderá propor pesquisas sobre a história por trás dos mitos e relacionar as constelações com as Grandes Navegações, por exemplo. Para as aulas de Inglês uma além da tradução de textos pode-se trabalhar com a pronúncia usando com estímulo a análise e tradução de músicas relacionadas com o tema, como o clássico Starman de David Bowie. Como o projeto será aplicado na Sala de Informática com o professor regente da turma, que poderá ser de qualquer disciplina, eles também poderão sugerir e planejar atividades ou sub-temas de pesquisa relacionados com o projeto.


Avaliação – Toda produção dos alunos será avaliada pelos próprios alunos e pelos professores regentes de cada turma, de acordo com a disciplina relacionada. Algumas atividades poderão ser avaliadas por mais de um professor, inclusive rendendo notas extras como forma de estímulo indireto. O estímulo direto é a beleza do céu e a riqueza da aprendizagem. Nossa intenção é publicar todo o material em nosso blog escolar e dar destaque às melhores obras numa pequena exposição, que estará aberta para visita dos pais e da comunidade. Nesta exposição utilizaremos um computator com datashow para mostrar o blog escolar e os softwares que utilizamos.


poie Fábio

27 de junho de 2008

PRIMEIRO ENCONTRO CARTA DA TERRA e ECOPEDAGOGIA:

A escola e o educador no mundo da interdependência e cidadania global

DATA

Sábado, 28 de junho de 2008, das 8h30 às 17h30

Domingo, 29 de junho de 2008, das 9h30 às 18h

COBERTURA JORNALISTICA DO PROGRAMA NAS ONDAS DO RÁDIO www.blogandonasondasdoradio.blogspot.com

IMPERDÍVEL

ENTRADA FRANCA

Abraços,

Carlos Alberto Mendes de Lima

PROGRAMA NAS ONDAS DO RÁDIO

Auditório Ouvir para Compreender – UMAPAZ

Av. IV Centenário, 1268 - Portão 7-A – Parque do Ibirapuera, São Paulo

Tel.5572-1004 / 5572-3087

IV. Localização da UMAPAZ

Av. IV Centenário, 1268 – Portão 7 –A – Parque do Ibirapuera

Informações: (11) 5572-1004 / 5572-3087


Rascunho para nº 2 da Folha Graciosa

Ano 1, número 2 – (quarta edição teste) – 27 de junho de 2008 – Tiragem: 1.000 folhas

http://radiograciosa.multiply.com


Sobre a fome

A professora Cida e os alunos da 4ªsérie E estão pesquisando sobre a fome e o desperdício. Veja vídeo no youtube (consultar radiograciosa) ou em nosso blog com prévia deste estudo: http://radiograciosa.multiply.com/video/item/201

Memórias

Estamos articulando vários projetos na nossa escola a partir deste tema.: O próprio blog escolar (endereço acima); “Nossa Escola tem História”, ligado ao portal Educarede.org.br e ao Museu da Pessoa; Olimpíada de Português, cujo tema é “O lugar onde vivo” e o Projeto Identidade. Uma pequena amostra de nossas pesquisas = achamos uma foto de nossa escola ainda sendo construída, em 1994.

Tem mais fotos em: http://radiograciosa.multiply.com/photos/album/65

E muitos vdeos textos dos alunos em:

http://radiograciosa.multiply.com/tag/educarede

TEXTO DE ALUNO

Meio Ambiente

Dia 07 de junho, sábado, fomos na avenida Pecciccaco; plantar algumas plantas; lá tinha varias pessoas, tinha tambem a subprefeita de Perus Sandra Santana. Conheci ela pessoalmente e ela foi muito gentil com a gente, e foi muito legal.

Eu e a Mainara fomos documentar o evento em homenagem ao Dia do Meio Ambiente para a Rádio Graciosa e ela tirou algumas fotos, eu também entreguei alguns exemplares da Folha Graciosa.

Texto da aluna educomu- nicadora Amanda. Veja mais em:

http://radiograciosa.multiply.com/journal/item/1914

GLOBALGREENS

Importante evento que aconteceu este ano no Memorial da América Latina, dias 1 a 5 de maio, contando com participantes de 88 países. Nossa escola também participou. Veja cobertura em:

http://radiograciosa.multiply.com/tag/globalgreens

1º Encontro Carta da Terra e Ecopedagogia

No Parque do Ibirapuera nos dias 28 e 29 de junho e contará com a participação de 400 pessoas apresentando palestras e projetos sobre Meio Ambiente desenvolvido na Rede Municipal de Ensino. O programa Educom “Nas Ondas de Rádio” participará com equipe de jovens educomunicadores e montando uma estação de Rádio com transmissão ao vivo. Em parceria com o blog http://educomverde.blogspot.com/ os alunos de nossa escola escreverão reportagens com publicação em tempo real.

24 de junho de 2008

Dica sobre Poesia - Solano Trindade

Recebemos por e-mail da colega professora Patrícia

Na quarta-feira, dia 25, acontece o lançamento do livro do Solano Trindade, a partir de 19h30, na Casa das Rosas, Av.
Paulista, 37/sp, com declamações de poemas feitas pelos netos. Quem promove é a Editora Nova Alexandria (6215-6252) e a
Secr. Cultura. Quem quiser saber mais sobre esse guerreiro da cultura afro, que nasceu há cem anos, dá uma olhada neste
link:
http://www.quilombhoje.com.br/solano/solanotrindade.htm
E aqui vão alguns links para vídeos de lançamentos de Cadernos, no youtube:
http://br.youtube.com/watch?v=p-1nhqFjhw4
http://br.youtube.com/watch?v=WhtlVhRnshc
http://br.youtube.com/watch?v=K-VM5pNr4dc
http://br.youtube.com/watch?v=4ZecWRh4Obs
http://br.youtube.com/watch?v=Ot0rylJQO5c

Mensagem para o curso Aluno Monitor Microsoft


Olá estudantes

Temos boas notícias. O final do curso foi prorrogado para o final de agosto, de forma que teremos o período de férias (em casa, lan houses ou telecentros) e o início da volta do recesso para terminar todas as atividades.

As nossas chances aumentaram. Vamos aprender e vencer.

Mantenham contato pela ferramenta "e-Tutor" ou pelo MSN: radiograciosa@hotmail.com

Em caso de emergência podem me ligar em casa, antes das 20 horas (pois durmo cedo)

T: 4444-0650 (moro em Franco da Rocha)


Fé e coragem.

poie Fábio Rogério Nepomuceno

obs: "p.o.i.e." significa professor orientador de informática educativa
.

23 de junho de 2008

Dancem Macacos, Dancem


Filme no youtube que faz uma análise da raça humana

Texto do vídeo:

Há bilhões de galáxias no universo observável
E cada uma delas contém centenas de bilhões de estrelas
Em uma dessas galáxias
Orbitando uma dessas estrelas
Há um pequeno planeta azul
E este planeta é governado por um bando de macacos
Mas esses macacos não pensam em si mesmos como macacos
Eles nem sequer pensam em si mesmos como animais
De fato, eles adoram listar todas as coisas que eles pensam separá-los dos animais:
Polegares opositores
Autoconsciência
Eles usam palavras como Homo Erectus e Australopithecus
Você diz to-ma-te, eu digo to-ma-ti.
Eles são animais, certo?
Eles são macacos
Macacos com tecnologia de fibra ótica digital de alta velocidade
Mas ainda assim macacos
Quero dizer, eles são espertos, você tem que conceder isso
As pirâmides, os arranha-céus, os jatos, a Grande Muralha da China
Isto tudo é muito impressionante
Para um bando de macacos
Macacos cujos cérebros evoluiram para um tamanho tão ingovernável que agora é bastante impossível para eles ficarem felizes por muito tempo
Na verdade, eles são os únicos animais que pensam que deveriam ser felizes
Todos os outros animais podem simplesmente ser
Mas não é tão simples, para os macacos
Pois os macacos são amaldiçoados com a consciência
E assim os macacos têm medo
Os macacos se preocupam
Os macacos se preocupam com tudo
Mas acima de tudo com o que todos os outros macacos pensam
Porque os macacos querem desesperadamente se encaixar
Com os outros macacos
O que é bem difícil, porque a maior parte dos macacos se odeia
Isto é o que realmente os separa dos outros animais. Estes macacos odeiam
Eles odeiam macacos que são diferentes
Macacos de lugares diferentes
Macacos de cores diferentes
Sabe, os macacos se sentem sozinhos
Todos os seis bilhões deles
Alguns dos macacos pagam outros macacos para ouvir seus problemas
Os macacos querem respostas
Os macacos sabem que vão morrer, então os macacos fazem deuses
E os adoram
Então os macacos começam a discutir quem fez o deus melhor
E os macacos ficam irritados, e é quando geralmente os macacos decidem que é uma boa hora de começar a matar a uns aos outros
Então os macacos fazem guerra
Os macacos fazem bombas de hidrogênio
Os macacos têm o planeta inteiro preparado para explodir
Os macacos não sabem o que fazer
Alguns dos macacos tocam para uma multidão vendida de outros macacos
Os macacos fazem troféus e então eles os dão para si mesmos
Como se isto significasse algo
Alguns dos macacos acham que sabem de tudo
Alguns dos macacos lêem Nietzsche
Os macacos discutem Nietzsche
Sem dar qualquer consideração ao fato de que Nietzsche
Era só outro macaco
Os macacos fazem planos
Os macacos se apaixonam
Os macacos fazem sexo
E então fazem mais macacos
Os macacos fazem música
E então os macacos dançam
Dancem, macacos, dancem!
Os macacos fazem muito barulho
Os macacos têm tanto potencial, se eles pelo menos se dedicassem...
Os macacos raspam o pêlo de seus corpos numa ofensiva negação de sua verdadeira natureza de macaco
Os macacos constroem gigantes colméias de macacos que eles chamam de "cidades"
Os macacos desenham um monte e linhas imaginárias na terra
Os macacos estão ficando sem petróleo, que alimenta sua precária civilização
Os macacos estão poluindo e saqueando seu planeta como se não houvesse amanhã
Os macacos gostam de fingir que está tudo bem
Alguns dos macacos realmente acreditam que o universo inteiro foi feito para seu benefício
Como você pode ver, esses são uns macacos atrapalhados
Estes macacos são ao mesmo tempo as mais feias e mais belas criaturas do planeta
E os macacos não querem ser macacos
Eles querem ser outra coisa
Mas não são
Categoria:  Filmes e desenhos
Palavras-chave: 

Sobre a greve dos professores do Estado de SP - Texto de João Evangelista

Recebi por e-mail e reblogo aqui:

Estamos em GREVE. E agora?
Por EDUCAÇÃO 17/06/2008 às 17:20

- Professor, sexta-feira eu passei pela Praça da República e vi como estava cheia. Você também estava lá?

- Estava.

- E o que vocês decidiram?

- Decidimos que estamos em GREVE.

- Nossa! Mas por que uma decisão tão radical?

- Vamos começar pelo começo. Não sei se você já reparou, mas a escola pública não anda muito bem das pernas. O governo e os jornais dizem a torto e a direito que a culpa é dos professores. Incompetentes, faltosos, atrasados... estes entre outros adjetivos são usados para qualificar os professores e, por extensão, para culpá-los pelo péssimo desempenho dos alunos. Mas será que é tudo culpa dos professores?

## Leia na Integra ##

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- Vamos começar pelo começo. Não sei se você já reparou, mas a escola pública não anda muito bem das pernas. O governo e os jornais dizem a torto e a direito que a culpa é dos professores. Incompetentes, faltosos, atrasados... estes entre outros adjetivos são usados para qualificar os professores e, por extensão, para culpá-los pelo péssimo desempenho dos alunos. Mas será que é tudo culpa dos professores?

- Se os alunos não aprendem direito deve ser por que os professores não ensinam direito, né?

- É exatamente nisso que querem que vocês acreditem. Mas pense bem: por que será que os professores não estão conseguindo ensinar direito? Você acha que é a mesma coisa dar aulas pra 35 e pra 50 alunos?

- Obviamente não.

- Pois os professores geralmente têm que lidar com salas super-lotadas, em que faltam até carteiras pra alguns alunos. Agora pense em mais outra coisa. Será a mesma coisa dar 20 aulas ou 30 numa semana? Ou 50?

- Novamente: não.

- Pois os professores muitos deles têm uma jornada de trabalho super-carregada, em mais de uma escola, durante os três períodos, nos cinco dias da semana. Isso porque o salário anda lá em baixo. A gente começa a achar que é normal que um professor tenha uma jornada diária de trabalho de mais de 8 horas. E faça as contas: para quantos alunos um professor dá aula? Quantos trabalhos e provas ele tem para corrigir?

- É de um batalhão de gente, né não?

- Pois é! Agora imagine que este professor, por mais dedicado que seja, não pode acompanhar a aprendizagem de seus alunos, um por um. Com o tanto de coisas para corrigir, fica tudo meio apressado. A parte mais fácil de tudo é corrigir as provas; o difícil mesmo é conseguir corrigir os alunos, fazer com que eles não errem mais naquele ponto. E uns ficam sem aprender quase nada mesmo.

- Azar desses alunos...

- Não. Azar do professor! Porque essa coisa dos alunos não aprenderem é bem frustrante, sabe? E veja bem: não é por causa do aluno ser ruim, ou do professor ser ruim. Mas é porque as condições de trabalho que enfrentamos é que são ruins, muito ruins, para garantir uma educação de qualidade.

- Ixi, não tinha pensado nisso...

- Então! Junte essa frustração com a sobrecarga de trabalho. Não temos aumento há mais de 3 anos e temos que colocar a comida na mesa. Para isso trabalhamos mais do que agüentamos, nos desgastamos e adoecemos com freqüência.

- Então é por isso que há tantas faltas de professores na escola pública?

- Provavelmente é uma das razões, aliás bem razoável, não? Imagine também que essa vida de correria muitas vezes impede que possamos preparar nossas aulas como gostaríamos, estudar coisas novas sobre nossas matérias. Mas mesmo assim estamos na batalha. Agora pense no seu material.

- Aquele jornal?

- Isso. Assim como ele chegou do nada para você, ele chegou do nada para mim, na véspera. E recebi também uma ?Revista do Professor? em que se pretendia ensinar a mim como ensinar com aquele jornal, aula a aula. Depois do jornal, veio um outro ?Caderno do Professor?, com várias sugestões de seqüências de aulas que podemos dar.

- E isso é ruim, professor?

- Se fossem só sugestões, vá lá! Tem uma história no ar de que vocês alunos seriam avaliados por aquilo que está lá no tal Caderno. Aí, já não é sugestão, é imposição; se eu não seguir a cartilha, vocês dançam.

- Entendi... puts!

- E tem outro lado isso aí. Eu já dou aula há algum tempo, sobre assuntos até semelhantes àqueles do jornal ou do Caderno... teria simplesmente que deixar de lado a minha experiência para seguir uma cartilha que é completamente estranha àquilo que aprendi durante esses anos todos? E tudo aquilo em que acredito, o que sei fazer, pela minha experiência, os caminhos que escolho para as aulas, as questões que privilegio, como eu concebo a educação e o ensino - tudo isto fica de lado? É o que a Secretaria da Educação nos mandou fazer. Ela desprezou nossa experiência, retirou uma conquista nossa: ?a liberdade de cátedra?. É uma situação humilhante, você não acha?

- Eu ficaria bem bravo se fizessem isso comigo.

- E tudo isto tem sido apresentado como a revolução do ensino público paulista. Isso não parece uma grande farsa, quando as condições de trabalho permanecem inalteradas?

- Para dizer o mínimo.

- Se parássemos por aqui a situação já se mostraria revoltante, você não concorda? Mas isso não é tudo. Além de difamar os professores na imprensa, sucatear as escolas, super-explorar nosso trabalho e destruir nossa identidade profissional, o governo agora quer retirar nossos direitos, nossas conquistas históricas através de decretos que restringem nosso direito de faltar quando ficamos doentes e de nos removermos de unidade escolar quando precisamos mudar de bairro, cidade ou região.

- Como assim, professor?

- É que, ao invés de melhorar as condições de trabalho que adoecem os professores e os fazem faltar - o que é um problemão -, o governo decreta que podemos apenas faltar 6 vezes por ano por conta de doença.

- Ah, então quer dizer que se o professor ficar doente em mais de 6 dias por ano ele ganhará ainda menos?

- Isso mesmo.

- Se o cara estiver na pindaíba ele que venha dar aulas doente?

- Parece ser este o recado.

- E o outro decreto, o da tal remoção?

- Se fulano tirar qualquer tipo de licença ou tiver mais de 10 faltas, ele não pode pedir transferência para dar aula em outra escola. Se ele estiver entrando agora na carreira, só poderá se remover daqui a três anos, mesmo se na escola em que foi designado não tenha aulas o suficiente para ele completar sua jornada. Fica condenado a dar aulas em mais de uma escola, mesmo sendo efetivo.

- O sujeito tá lascado então, né?

- Calma, porque não é só isso. Pelo decreto, fica também definido que os concursos para ingresso na carreira serão por diretoria de ensino, e não mais para o Estado todo. Pode acontecer de um candidato obter uma pontuação em que, em uma região estaria classificado, e na outra não. Afora o receio de que o processo e sua impessoalidade fiquem comprometidas. Pior ainda é a situação dos professores que não são efetivos, os ?OFAs?. Muitos deles que já dão aula no Estado há muito tempo. Agora, como se a experiência deles não valesse muita coisa, terão que prestar uma prova, uma seleção.

- Uma avaliação, né?

- É. Mas veja só, que coisa! Os OFAs já não têm garantias de que haja aulas para eles no ano seguinte. São temporários, com relações precárias de emprego. Então, se o sujeito não passa na prova, ou perde a prova por causa de qualquer motivo, ele não poderá assumir aula nenhuma enquanto valer o processo de seleção - um ano, dois? Ninguém sabe. Então, ele de repente pode ficar sem emprego. E, de novo: não é fazendo avaliação e mais avaliação que a educação vai mudar, se não se mexer nas condições de trabalho.

- Faz sentido...

- É uma medida que não tem impacto na educação, mas sim na precarização da vida dos professores. O Estado não quer assumir os vínculos e suas responsabilidades com estes professores. São descartáveis e muitos serão descartados.

- Nossa professor! Como dizia meu avô: ?A situação tá cínica, os pior vai pras clínica?.

- Pois é. Antes de ir pras clínica resolvemos fazer uma GREVE pra tentar reverter esta situação.

- Agora me diga o seguinte: e amanhã, vai ter aula?

- Em primeiro lugar, greve não significa ficar parado. É um tipo curioso de paralisação, pois no fundo é uma grande movimentação. Quando se está paralisado, em estado de greve, é que se tem noção de como o cotidiano é que estava em estado de paralisia. Portanto, ao invés de falarmos de paralisação, deveríamos falar de suspensão das atividades cotidianas, uma maneira de colocar em discussão aquilo sobre o que quase não temos condições nem tempo de discutir.

- Poxa! Legal isso! Mas discutir o que, hein?

- Temos bastante coisa pra discutir, não? Entre nós professores, sabemos que o problema não está só no decreto, mas tem a ver também com nosso Plano de Carreira, com definição de uma jornada de trabalho que possa garantir de fato a permanência do professor em uma só escola, apontando para uma política de reajuste salarial. Mas temos também muito a discutir com os alunos. Por isso, pelo menos durante essa semana, poderíamos fazer algumas atividades de greve: reuniões, debates, conversas entre os professores, alunos e pais de alunos. Discutir o que todos queremos, que é uma educação de qualidade para todos.

- É isso aí!

- Ah... e sexta-feira, 20 de junho, às 14:00hs, temos nova Assembléia lá no vão do MASP. Vê se aparece. A gente continua o papo por lá também e tenta dar um jeito nessa situação.

- Até lá então!


--
joao evangelista

22 de junho de 2008

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