Retiro o treixo abaixo do livro Linguagem Total, uma pedagogia dos meios de comunicação de Francisco Gutierrrez, summus editorial, 1978.
p. 43 “(...) O Professor passa a maior parte do tempo dando ordens, admoestando ou castigando. Se não chega a esse extremo é porque terá assumido uma atitude paternalista. O que, para o problema que nos interessa, vem a ser a mesma coisa.
Ao aluno está vedado tomar tomar decisões ou iniciativas. O sistema de qualificação de competição provoca atitudes de trabalho vigiado e remunerado; atitudes de hostilidade para com os companheiros de curso; atitudes de passividade e silêncio (de fato, obriga-se os alunos a ficarem várias horas, por dia, imóveis e calados). Esse sistema compulsivo faz com que as crianças assim oprimidas se tornem tão frenéticas e coléricas que não resta constrolar essa situação senão à base de sistemas de quartéis.
Somente com uma participação ativa no processo permitirá à criança educar-se com responsabilidade. Porém, essa participação não pode acontecer senão em liberdade. Este “medo da liberdade” é a verdadeira pedra fundamental do sistema educativo. (...)”
O autor defende a “pedagogia de projetos” e o uso crítico dos meios de comunicação social (multimídia, internet, jornais, etc...) contra a massificação e opressão da sala de aula. Na sua dicotomia pedagógica, a sala de aula deveria ser abandonada em prol de um diálogo professo-animador x aluno-investigador nos mais diferentes espaços (fábricas, bairros, cinemas e, inclusive, salas... ).
O problema (é fácil perceber) é que uma pedagogia assim não pode ser “de massa” (ou massificada), traduzindo melhor: não pode ser praticada por um número pequeno de profissionais junto a um número gigantesco de alunos. Apesar disto o livro é excelente, valendo uma leitura atenta .
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